quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Natal Simples

E as primeiras lembrancinhas são bolinhos de banana com castanha do Pará. Ou "brazilian christmas cakes" para a turma do inglês.

O que mais gosto no Natal: preparar presentes (especialmente na cozinha!) e coro natalino, principalmente em templos religiosos.

São a minha ideia da festa.

E a prefeitura resolveu sinalizar as esquinas, pintar o esfalto, colocar faixas. Uma pergunta e uma bronca.

A pergunta: se a rua é mão única - como a Prudente de Morais - porque  o asfalto diz para olhar para os dois lados?

A bronca: para mim, respeito ao pedestre seria criar o terceiro tempo nos semáforos de cruzamentos. Um tempo para os carros em cada sentido de direção e um tempo para o pedestre. Algum cruzamento da cidade tem isso?

Cruzamento São José e Prudente de Morais. Na Inglaterra,
as faixas dizem de onde vêm os carros. E nesse caso?


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sagrada Família

Estavam sentados no banco do ponto de ônibus, ao lado do Colégio Auxiliadora. Só eles, na fileira de quatro assentos, mas, havia gente por perto, esperando em pé ou passando.

O pai teria uns 40 e poucos anos. Vestia bermuda e camiseta simples. Moreno, cabelos crespos e curtos, usava óculos. No ombro esquerdo, a bolsa cor de rosa do bebê. Estava à direita, do meu ponto de vista.

A mãe, à esquerda, aparentava mais de 30 anos, também morena, cabelos médios. Usava calça jeans e camiseta.

A criança era uma menina morena, cabelinhos cacheados, shortinho e blusinha rosa. Cerca de um ano de idade.

 Pareciam pobres, mas, não miseráveis.

A mãe se inclinava para o pai, encostando a lateral do corpo no dele e conversavam.

A menina estava sentada no colo do pai, sobre uma espécie de edredom leve, rosa claro. A postura dele não era como a de alguns pais que não sabem bem o que fazer com o bebê: ele a abraçava, parecendo cuidadoso e carinhoso.

Então, a bebê começou a coçar a cabecinha, acima da orelha. Depois de um tempo, a mãe se inclinou para ver o que acontecia e começou, ela mesma, a coçar, bem de leve, o cabelinho da bebê. Mais um carinho que outra coisa.

Quando meu ônibus saiu, eles estavam assim. E eu fiquei tão encantada às 07h30 que nem consegui fazer uma foto.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Charlotte Rampling

Sábado revi "Coração Satânico" e lembrei que essa fulana trabalha nele: Margaret Krusemark, que acaba com o coração fora do peito. Lies and cruelty come very easily to some people.

Lembro bem dela em "O Veredito", meu filme favorito de tribunal (adoro, adoro, adoro). Ela é a v*%$# paga para boicotar o trabalho de Paul Newmann.

Mais? Ela é a diretora da "escola" em "Não me abandone jamais" e a mãe das irmãs de "Melancolia".

Impressionante.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011



Dia cinzento e chuvoso. Antes de ligar computadores, abrir janelas e portas, fiquei olhando a chuva. Como o ambiente está quieto, os barulhos da rua soam mais claros. Cada som perfeitamente distinto. Não tem música, eu não falo, nem penso. Silêncio.

Tenho prezado mais saber compartilhar o silêncio do que ter assuntos em comum.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

De novo...

"Meu desejo de harmonia e tranquilidade é tal que fico anos aturando coisas que não me agradam até que por fim começo a ficar ressentida - quando seria muito melhor dizer não, ou brigar, desde o início." Elizabeth Bishop em 03 de outubro de 1966.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Rises

O post do dia se chama "Begins", mas, eu ando vivendo "a dark night". "Rises", agora?

Espero que sim.

Begins


Ontem peguei um pedacinho de "Batman: Begins" na TV. Infelizmente, dublado. Mas, deu pra ver minha cena favorita mais uma vez.

Adoro Batman e tenho um problema com os filmes do Christopher Nolan: sempre que vejo um trechinho na TV, quero assistir de novo.

Há algum tempo atrás, comprei os dois DVDs e revejo de tempos em tempos, então, nem sei mais quantas vezes assisti os filmes.

Adoro Alfred e Michael Caine ficou perfeito no papel. Vejo e revejo as cenas dele, observando as emoções em seu rosto, em sua voz, na forma como se movimenta.

Minha cena favorita? A Mansão Wayne está sendo consumida por um incêndio, Bruce acabou de ofender a metade influente de Gotham e acha que não vai conseguir salvar a cidade da destruição. Sentado no elevador que leva à bat-caverna, ferido e chorando, diz a Alfred que fracassou miseravelmente.

O mordomo, lembrando da infância de Bruce, pergunta:

Alfred: Why do we fall sir? So we might learn to pick ourselves up.
Bruce: You still haven't given up on me?
Alfred: Never.

Lindo, lindo, lindo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A pele que habito

Faltou falar desse filme.

Gosto de Almodóvar. É meu diretor favorito, tenho quase todos os filmes e revejo frequentemente.

Acho que Almodóvar faz coisas que nenhum outro cineasta é capaz: toma elementos estranhos, talvez repulsivos à primeira vista, e olha para eles com tanto cuidado que consegue despertar identificação.

É como se ele mostrasse a personagem mais esdrúxula e a nossa primeira reação fosse: "que horror! eu não sou assim!". Mas, o olhar dele faz você se perguntar: "não mesmo?".

Isso é o que adoro nele: que mostre a nossa própria estranheza. Porque, pra mim, quanto mais descobrimos nossas inconsistências, mais aceitamos um mundo diverso.

"A pele que habito" me lembrou os primeiros filmes ("Matador", por exemplo), em que a estranheza era mais acentuada e o sexo como elemento de poder/força, mais destacado. Mas, o que me captou - além do título - foi Vicente/Vera.

Minha pele é meu lugar no mundo. É disso que jamais vou me separar. E nada que aconteça fora, pode me mudar. Nem dezenas de cirurgias plásticas. Nem roupas. Nem maquiagem. Nem o afeto -distorcido ou não - de outros.

O que eu sou está fora do alcance de qualquer força ou ameaça. Essa crença é o que me mantém lúcida nesse mundo doido. Ou "do contra", nesse mundo supostamente lúcido.

Enfim, foi um filme importante pra mim.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Baltasar e Blimunda


"Aproximam-se agora um homem que deixou a mão esquerda na guerra e uma mulher que veio ao mundo com o misterioso poder de ver o que há por trás da pele das pessoas. Ele chama-se Baltasar Mateus e tem a alcunha de Sete-Sóis, a ela conhecem-na pelo nome de Blimunda, e também pelo apodo de Sete-Luas que lhe foi acrescentado depois, porque está escrito que onde haja um sol terá de haver uma lua, e que só a presença conjunta e harmoniosa de um e do outro tornará habitável, pelo amor, a terra." José Saramago.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ironia

Eu estava lendo "Sentimento", um conto de Charles Dickens, quando me ocorreu a ideia de "presentes" de Natal para os meus amigos.

Aí, acabei relendo Dorothy Parker, que me lembrou Jane Austen.

Dizer que ingleses são irônicos é redundância. Mas, anos atrás, quando comecei a ler Jane Austen me surpreendi: ela nasceu em 1775, mulher, numa sociedade que privilegiava o primogênito. E é de uma ironia que beira o sarcasmo.

Pra quem viu os filmes, a cena inicial de "Razão e Sensibilidade" entre Fanny e o novo Sr. Dashwood dá uma medida da habilidade de Austen. Ou todas as cenas com o Sr. Bennet, em "Orgulho e Preconceito". Muito, muito bom.

Charles Dickens. "Um conto de Natal" e "Um conto de duas cidades" não têm nada de ironia. Mas, suas "short stories" são quase cínicas! "Sentimento", "Horácio Sparkins" e "Mr. Minnus e seu primo" são minhas favoritas: retratos divertidos e mordazes dos pretensiosos novos-ricos ingleses.

Dorothy Parker. Essa nasceu nos Estados Unidos e teve seu apogeu literário nos anos 1930. Não conhece nada? Corra e compre um livro agora, especialmente se você for mulher: são contos tragicômicos, que captam com precisão nossas incoerências. Um poeminha para ilustrar:

"Príncipe, uma lição lhe dou,
Cunhada no Éden e que jamais envelhece,
Fuja de festas, e evite o zôo -
Mulheres e elefantes nunca esquecem."

Diversão garantida ou seu dinheiro de volta.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Natal Pobre

Essa imagem acompanhava a seguinte manchete, de um jornal português: "Este vai ser o Natal mais pobre dos últimos 32 anos".

Pobre? Pra quem? De acordo com qual critério? E qual o problema com um Natal com menos consumo?

Nunca gostei do modo como comemoramos o Natal (aliás, não gosto das "Festas", mas, isso é assunto pra outro dia). Então, há algum tempo comecei a dar presentes muito simples, a fazer os presentes e, nesse ano, o passo final: não tem mais presentes.

Já tenho tudo de que preciso para viver. Já tenho muito do que me faz feliz - livros, CDs e DVDs. Então, disse pros amigos fazerem a si mesmos felizes ou transferirem meu presente para alguém que precisa.

Também não vou dar nada comprado. Só uma lembrancinha MUITO simples, que me ocorreu dias atrás. Nem é uma "coisa"...

A Dani já aderiu: doou meu presente pra uma família de Sertãozinho que perdeu o pai e todos os bens em um incêndio. ISSO é Natal.

Ainda não dá pra mudar o mundo, mas, no meu entorno, alguma coisa já mudou.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Balas Chita


felicidade instântanea por módicos R$ 4,90, na lojinha da fábrica. "comi" uma de cada, assim que o pacote chegou... aaaaaaaaaaahhhhhhhhhhh!!!!!!!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pedro


Um dia Pedro Henrique, vizinho e sobrinho de coração, chegou em casa quando eu estava escrevendo minha trajetória pessoal e profissional para o memorial de qualificação.

O texto tinha umas 03 páginas e ele perguntou do que se tratava. Eu expliquei. Ele comentou que estava extenso. Eu disse que já tinha vivido muitos anos e, portanto, feito muitas coisas. Ele concluiu:

- É tia, se fosse eu escrevendo, daria meia página!

Ele tinha 08 anos, na época. :)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Falta

Não é do meu feitio visitar o passado, mas, aconteceu ontem.

Centro de Educação Infantil
“Profª Jussiara Aparecida Pereira Delgado”

Fui ver "A pele que habito". Voltei pra casa ouvindo Adele, especialmente "Don't you remember".

A música? O filme? Esse tempo? Alguma coisa me deixou triste, triste e com vontade de visitar nossas (minha e de minhas irmãs) casas antigas.

Por alguns anos moramos a dois quarteirões umas das outras. A casa em que morei está bem diferente, mas, as outras estão com a mesma aparência.

Fui lembrando das tantas coisas. Eu gostava muito dessa minha casa: pequena, podia ser vista inteira da porta de entrada. Lembranças da Tika, dos sobrinhos pequenos.

Na casa de minha irmã mais velha, também lembrei do cachorro - uma Akita e outras coisas não tão felizes. Mas, na casa de minha outra irmã, a lembrança foi completamente inesperada: meu pai, chegando lá depois do trabalho, na tarde de 17 de maio de 1997.

Lembro perfeitamente dele descendo do carro, de uniforme, e as crianças - Marcelo, 09; Ana Clara, 04 e Ana Júlia, 02 - correndo para abraçá-lo. Meu cunhado estava feliz da vida, com emprego novo e seu primeiro carro zero.

Apesar das perdas anteriores, minha sensação é de que foi ali que tudo começou.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sim, eu desisto.

Se ser brasileiro é não desistir jamais, esse é mais um ponto em que tenho outra nacionalidade.

Já desisti de muitas coisas. Desisti de viver sozinha, há 06 anos. Desisti de insistir no meu casamento. Desisti de ser consultora. Desisti de dar aulas no ensino fundamental e médio. Desisti de uma porção de objetos. Desisti de uma amiga, recentemente. Em breve vou desistir do meu afeto não correspondido.

Algumas vezes foi cansaço. Outras, porque todos os meus recursos e possibilidades se esgotaram. Outras, porque não percebia mais nenhuma resposta às minhas ações. Outras, porque mudei de ideia. Outras, porque me deu preguiça e o objeto não valia tanto esforço.

Tenho muita esperança na capacidade das pessoas, por isso, sou muito persistente. No caso atual, estou tentando há 06 (seis) anos. Mas, a situação não vai mudar. Então, mudo eu. E desisto.

Mudar é, em primeiro momento, desistir. Mudar é abandonar o que é para tentar o que pode ser.

Pra mim, foi uma liberdade imensa descobrir que posso desistir de praticamente tudo. Só não abro mão da única pessoa que vai me acompanhar por toda a minha existência: eu mesma.

"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo
." (Fernando Pessoa, Poema em Linha Reta)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

I don't care


Agora é questão de tempo. Pouco tempo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cinematográfico


Parece um casamento? Pois é, mesmo.

Foi no sábado à tarde, na ponte do Condomínio. A noiva chegou de limusine, assim, de vermelho.

Ela ficou viúva assim que se mudou para o Condomínio, há 10 anos. Duas crianças pequenas e um financiamento para pagar. Fez o que foi preciso e muita gente criticou.

Conheceu o novo marido anos depois, ali por perto. Trabalham muito, no restaurante que abriram  em frente à portaria.

Eu assisti a cerimônia e bati palmas: admiro gente que preserva a capacidade de sonhar e realizar seus sonhos, mesmo que eles sejam completamente diferentes dos meus.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Delicinhas

Ontem, foi dia de conhecer o café da Desejo & Sabor, na Antônio Diederichsen.

Uma graça de lugar, com milhões de coisas maravilhosas. Sentamos exatamente nessa primeira mesa, ao lado do espaço externo.  

Minha escolha foi um bolo de cenoura com gengibre. O sabor da cenoura não aparece, tem canela demais, mas, o gengibre é em pedaço, o que faz a coisa diferente, pelo menos.

Fim de semana de cinema? Talvez.

O fato é que acabo ficando com uma preguiça histórica de sair de casa. Morar "longe" só reforça.

Enfim...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

As Minhas Meninas


Ana Clara e Ana Júlia

Temporada de vestibulares para Ana Clara. Pretende fazer Arquitetura e fico felicíssima: é mesmo a cara dela.

Nunca dei palpite, exceto pra dizer que a gente é que vai ter que viver com essa escolha e que pode mudar de ideia a qualquer momento.

Mas, me partia o coração ver a pressão para que ela fizesse Direito (porque ela gosta de ler) ou Engenharia (porque a Petrobras vai contratar muito nos próximos anos).

Felizmente a mocinha não cedeu. Vai fazer 2ª fase da UEL esse fim de semana. Juju vai junto, de companhia. E voltam sozinhas, de ônibus. Cada vez mais, do mundo.

"Olha as minhas meninas
As minhas meninas
Pra onde é que elas vão
[...]
As meninas são minhas
Só minhas na minha ilusão..."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dias de Ócio

Assim foi o feriado.

U2 cover na sexta e é sempre perfeito, ainda que caindo de gente.

No sábado, noite na casa da família Campos. Muitas pizzas, bolo de aniversário e histórias impagáveis. Uma: a mãe vai ensinar matemática pro filho e pede que ele desenhe - no espaço de um círculo - um conjunto de 09 elementos. Ele desenha um helicóptero grande. Ela diz "e agora? vai desenhar mais 08 helicópteros?". Ele não teve dúvida: desenhou 08 bombas!

Domingo teve almoço com a família e depois "o melhor sorvete da cidade": damasco com pistache e um tiquinho de gengibre no Geraldo. Também perfeito!

Segunda à noite, japonês com a Dani porque era aniversário dela: minha irmã do coração. :)

E ontem, fofocas com a Ju na Lyon.

Os dias estiveram chuvosos e frescos. Eu não tinha que trabalhar e nenhuma obrigação. Praticamente minha ideia de felicidade.

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Muitas mudanças acontecendo no trabalho e eu tentando entender algumas motivações pessoais. Aí, sem fazer qualquer esforço, conheço uma versão alternativa dos fatos quando entrava no Pão de Açúcar no sábado à noite.

A melhor parte: "Quando caiu a minha ficha sobre quem era o fulano de verdade, eu rompi com ele. Aquela 'ficha' que caiu pra você anos atrás, né?"

Tive que dizer que pra mim a "ficha" não precisou cair: nunca acreditei na pessoa em questão.

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No domingo nasceu o filho de Ciro. Chama-se Antônio.

Na segunda morreu uma moça pra quem dei aula no semestre passado. Chamava-se Fernanda, a melhor daquela turma.

A vida acontecendo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

the winter is coming


Eddard "Ned" Stark
"A Guerra dos Tronos". Lendo o primeiro dos livros.

A recomendação foi dupla: Benê e Clayton, meus fornecedores de quadrinhos. Esses caras me apresentaram Sandman, "Loki", Preacher e uns arcos do Batman que são ótimos.

Mais de 500 páginas, letrinhas miúdas e tantos personangens que levei um tempo para me familiarizar. Cada capítulo tem o nome - e é contado da perspectiva - de um personagem.

Estou gostando, apesar de meu ritmo estar bem lento. O livro é pesado, então, não dá pra carregar por aí e mesmo em casa só dá pra ler com apoio.

Tem série de TV, também. Na foto, o ator que fez Boromir em "O Senhor dos Anéis" no papel de Eddard Stark.

Mas, só vou ver quando acabar os livros.

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TGIF! Essa é a sigla em inglês para "Obrigado, Senhor, é sexta-feira!". Sim, eles têm uma sigla. E fazem festas de TGIF. Imagina quando acontece uma sexta como hoje?! \o/

Eu vou festejar no Vila Dionísio, ouvindo U2. \o/\o/\o/

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E agora, como dizia Marcos: "I wish you the best weekend of your lifes!".

I really miss him.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Angel of Harlem

"Angel in devil's shoes
Salvation in the blues
You never looked like an angel
Angel of Harlem."

Semana U2, definitivamente. Essa daí tocou hoje, às 07h04.

Na gravação dessa música no documentário "Rattle and Hum" eles tocam no mesmo estúdio em que as lendas do blues gravavam. Muito bacana!

Aliás, esse documentário - junto com "A todo volume" - é dos mais legais sobre música que já vi. Larry emocionado em Graceland. O coro gospel na gravação de "I stilll haven't found what I'm looking for". A devoção deles quando encontram B.B.King.

É  a "fase de ouro" do U2, na minha opinião: a turnê de "The Joshua Tree", o melhor álbum deles. Vale a pena.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Semana U2

07h09, no ônibus, ligo o rádio e está exatamente nesse ponto da música:

"You ask me to enter, but then you make me crawl".

"One" tem três clipes. No mais famoso, Bono canta em um bar. Outro que não me lembro. E meu favorito, dirigido por Anton Corbijn: filmado em Berlim, Mr. Bob Hewson faz uma ponta e a banda aparece vestida de mulher. :)

Depois, quando mudei de estação, estava acabando "With or Without". Não está entre minhas favoritas, mas, ainda é U2.

E ontem, comentando com minha turma que sexta tem U2 cover no Vila Dionísio (logo, vou amanhecer no bar) e sobre os hábitos etílicos de Bono, uma aluna pergunta, chocada: "Mas, o Bono bebe?".

Respondemos - eu e outra aluna - em uníssono: "Ele é irlandês!". Dizer que bebe é redundância!!!

(Ando doida pra visitar a "Ilha do Esquisito" de novo... Será?)

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Ontem acabaram as aulas dessa turma. Acho que foi meu grupo mais "polido": quase britânicos! :)

meu clipe favorito de "One"

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Feliz antes das 08h

É difícil, mas, acontece: estou esperando para atravessar a esquina da Garibaldi com Bernardino de Campos quando começa a tocar "I heard it through the grapevine". Fiquei feliz na hora.

Marvin Gaye. O cara.

Oo, Bet you're wond'ring how I knew 'bout your plans to make me blue
With some other guy that you knew before?
Between the two of us guys, you know I love you more.
It took me by surprise, I must say, when I found out yesterday. Oo,

CHORUS:
I heard it through the grapevine, not much longer would you be mine.
Oo, I heard it through the grapevine, and I'm just about to lose my mind.
Honey, honey yeah.

You know that a man ain't supposed to cry, but these tears I can't hold inside.
Losin' you would end my life you see, 'cause you mean that much to me.
You could have told me yourself that you found someone else.
Instead,

CHORUS

People say you hear from what you see
Na, na, not from what you hear.
I can't help bein' confused; if it's true, won't you tell me dear?
Do you plan to let me go for the other guy that you knew before? Oo,

CHORUS

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Lugar novo


Luna Caprese, na Antonio Diederichsen.

Há dias quero passar lá, pra conhecer. Deu certo no sábado, depois do inglês. "Abri o café", literalmente.

Bom café, belezinha de lugar e essa identificação simpática nos banheiros. :)

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Pensando, pensando, pensando sobre 2012.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sabor de Infância

Quando peguei o caderno de gastronomia do Estadão de ontem, fiz uma cara de espanto, soltei um "oh!" e um sorrisinho. Na capa, cuca (essa coisa aí ao lado).

Não sabe o que é? A matéria fala sobre isso mesmo: esse clássico da minha - e de tantas infâncias - completamente ignorado em boa parte do país.

Sempre defini cuca como "um bolo de massa robusta, feito com fermento biológico, com farofa doce por cima". Tecnicamente, soube ontem, é um pão - exatamente porque leva fermento biológico. A origem é alemã e é bem comum nos estados do Sul.

Eu costumava comer em casa quando criança, mas, se comentava na escola, ninguém fazia ideia do que se tratava. Não estava à venda em padarias, mercados ou supermercados. Ninguém conhecia. E não havia Internet, pra pesquisar.

Como já não era uma pessoa muito ajustada, isso só reforçava minha sensação de esquisitice.

Agora soube que dá pra provar uns sabores diferentes em São Paulo: no mercado de Santo Amaro um alemão prepara as originais e umas novidades. Oh, Deus!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dia dos Mortos


Desde de 2005 eu queria fazer essa foto.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

não é, mas, parece

Meu aniversário é só em fevereiro, então teoricamente, janeiro é meu inferno astral. Mas, tô achando que adiantaram...

Quem sabe a mudança que tanto espero também chegue?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Incerteza


Comecei o dia conversando com Verenna, minha amiga que mora em Madrid.

Ela deu notícia das dificuldades que o país e eles - ela e David - têm enfrentado. Angélica, a que mora na Flórida, também me contou de como a situação está ruim nos EUA.

As duas disseram a mesma coisa: "venha nos visitar! não sei até quando estaremos morando aqui..."

Pensei em ir a Key West em março de 2012. E talvez houvesse uma oportunidade boa na Europa que poderia esticar até Madrid. Mas, eu também tenho as minhas incertezas...

Por essas e outras é que ando querendo ler de novo "O andar do bêbado". Pra ver se melhoro meu trânsito pelo acaso.

Ultraviolet

Sometimes I feel like I don't know
Sometimes I feel like checking out.
I wanna get it wrong
Can't always be strong
And love, it won't be long.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A descoberta do corpo

Tenho feito muito esse gesto essa semana por conta de uma inflamação no nervo ciático.

Rubem Alves tem um texto antigo em que ele diz que a gente não repara no corpo até que ele "saia do prumo". Verdade.

Um torcicolo mostra quantas infinitas vezes movemos o pescoço durante o dia. Uma dor ciática mostra que você usa a parte inferior das costas quando espirra ou tosse.

Fico maravilhada com essas descobertas e cada vez mais consciente do quanto essa "máquina" trabalha todos os dias, por toda a nossa vida. Quantas dezenas, centenas de pequenos processos para permitir cada movimento.

Merece que a gente cuide dele com carinho, sempre.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

o outro

Depois do post de ontem, fiquei me perguntando se a propaganda podia - nesses tempos de patrulha da chatice - ser considerada ofensiva. Afinal, o gigante se levanta e sai mar afora. Em certo sentido, "dá as costas ao país".

À noite, em casa, vi "Bem Vindo", o filme francês sobre o professor de natação que decide ajudar, a princípio a contragosto, um imigrante iraquiano que quer chegar à Inglaterra atravessando o Canal da Mancha. O filme me lembrou "Um conto chinês", em que um argentino, também contrariado de início, ajuda um chinês a encontrar sua família.

Nos dois filmes, a abertura para o outro transforma a vida dos protagonistas. A disponibilidade para ver e conhecer o outro, saber dos amores e dores dele, suas razões e incoerências, os torna mais e mais humanos.

Então, quando o gigante sai para o mundo, dá pra dizer que é o país que tem se colocado internacionalmente de maneira mais destacada. Mas, também dá pra entender que essa pode ser a nossa salvação: sair de si, enxergar o outro, onde quer que ele esteja.

Em tempo - e não podia faltar: que país é esse que pune a fraternidade? Aquele mesmo, que pouco mais de 200 anos atrás colocou esse lema para o mundo - liberdade, igualdade, fraternidade? Que triste.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

keep walking


Gosto muito das propagandas do Johnnie Walker, mas, essa é realmente espetacular - ideia e realização.

Vi no final de semana, mas, lembrei dela por conta de um almoço perfeito ontem: comida boa e um homem atraente, inteligente e gentil por companhia.

O começo da conversa foi sobre nosso "adormecimento eterno em berço esplêndido"... Parece mais fácil mesmo que a montanha se mova.
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Agora, a letra da música linda da Shakira que citei ontem. Está no filme "Amor nos tempos do Cólera":

La Despedida

No hay mas vida, no hay
No hay mas vida, no hay
No hay mas lluvia, no hay
No hay mas brisa, no hay
No hay mas risa, no hay
No hay mas llanto, no hay
No hay mas miedo, no hay
No hay mas canto, no hay

Llévame donde estés, llévame
Llévame donde estés, llévame
Cuando alguien se va, él que se queda
sufre más
Cuando alguien se va, él que se queda
sufre más

No hay mas sueños , no hay
No hay mas tiempo, no hay
No hay mas miedo, no hay
No hay mas fuego, no hay
No hay mas vida, no hay
No hay mas vida, no hay
No hay mas rabia, no hay
No hay mas sueño, no hay

Llévame donde estés, llévame
Llévame donde estés, llévame
Cuando alguien se va, él que se queda
sufre más
Cuando alguien se va, él que se queda
sufre más...
sufre más....

terça-feira, 25 de outubro de 2011

filmes que eu vi

"O Caminho para Casa".

A ideia: quando o pai do narrador morre em outra cidade, a mãe quer que o caixão seja trazido de volta a pé: só assim o morto reencontraria o caminho para casa. Bem bonito.


"O Leitor".

Por algum motivo, não registrei que Ralph Fiennes trabalhava nesse filme. Se soubesse, teria assistido antes: gosto muito dele, de seus personagens quase sempre infelizes.

Esse não foge à regra: uma história tão bonita e tão devastadora.

Kate Winslet está ótima, mas, gosto mais dela em "Foi apenas um sonho", do mesmo ano.


Por fim, o favorito: "Direito de Amar". O título em inglês é melhor "A Single Man".

Esse me pegou desde a cena abaixo, logo no início: a representação da dor da perda - pela morte ou pela separação - é tão precisa como não me lembro de ter visto no cinema.

O uso das cores, a velocidade das cenas, o desempenho espetacular dos atores, tudo mostra o sentimento daquele que fica. E como, num tempo que não se prevê, em condições que se fazem sem que a gente saiba como, voltamos a sentir o sentido das coisas. Lindo, lindo, lindo.

Colin Firth? PERFEITO. Merecia o Oscar por esse filme.

O final podia ser outro: achei desnecessariamente melodramático. Mas, não invalida todo o resto.

"cuando alguien se va el que se queda sufre mas"

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

sou mais feliz quando chove

E hoje está chovendo, desde a madrugada. Dia cinzento e fresco: abri a janela do quarto feliz, feliz. :)

Ontem, feriado: a arrumação continua a todo vapor em casa e no trabalho. Finalizando tarefas, abrindo espaços. Na verdade, desejando mudanças.

Foi dia também de cinema ("Família vende tudo") e o shopping estava caindo de gente. Eu já imaginava, mas, oh, Deus, que tormento!

A coisa boa? Se tudo correr bem, dou uma escapada na  próxima semana. E no findis, Botucatu de novo.

Um bando de maritacas está aqui por perto, fazendo algazarra. Se eu fosse passarinho, também estaria bem feliz hoje. \o/

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dream / Sonho

Meu poema favorito de Poe. Meu personagem favorito de Gaiman. Um post para Ana.

A Dream Within A Dream

Take this kiss upon the brow!
And, in parting from you now,
Thus much let me avow-
You are not wrong, who deem
That my days have been a dream;
Yet if hope has flown away
In a night, or in a day,
In a vision, or in none,
Is it therefore the less gone?
All that we see or seem
Is but a dream within a dream.

I stand amid the roar
Of a surf-tormented shore,
And I hold within my hand
Grains of the golden sand-
How few! yet how they creep
Through my fingers to the deep,
While I weep- while I weep!
O God! can I not grasp
Them with a tighter clasp?
O God! can I not save
One from the pitiless wave?
Is all that we see or seem
But a dream within a dream?

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Um sonho num sonho

Este beijo em tua fronte deponho!
Vou partir. E bem pode, quem parte,
francamente aqui vir confessar-te
que bastante razão tinhas, quando
comparaste meus dias a um sonho.
Se a esperança se vai, esvoaçando,
que me importa se é noite ou se é dia...
ente real ou visão fugidia?
De maneira qualquer fugiria.
O que vejo, o que sou e suponho
não é mais do que um sonho num sonho.

Fico em meio ao clamor, que se alteia
de uma praia, que a vaga tortura.
Minha mão grãos de areia segura
com bem força, que é de ouro essa areia.
São tão poucos! Mas, fogem-me, pelos
dedos, para a profunda água escura.
Os meus olhos se inundam de pranto.
Oh! meu Deus! E não posso retê-los,
se os aperto na mão, tanto e tanto?
Ah! meu Deus! E não posso salvar
um ao menos da fúria do mar?
O que vejo, o que sou e suponho
será apenas um sonho num sonho?

Morpheus espalhando a areia de um sonho desfeito,
um mundo criado para um antigo amor.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Reencontros

Fim de semana de rever amigos.

Sábado, Sertãozinho. Lá vivem a Ju e o Marcelo que, além de todo o trabalho do dia a dia, dos cães, das famílias, ainda são donos desse lugarzinho simpático chamado "Cervejaria Sacomani".

Não fui lá: já era tarde e estava fechado, mas, a casa vai no mesmo estilo. E os amigos continuam ótimos!

Depois, encontro com antigos colegas de trabalho. Não é exatamente meu tipo de evento, mas, queria muito ver algumas pessoas, então, acabou valendo a pena.

Momento sem noção: primeira viagem completa dirigindo e vou à noite, chovendo, em Sertãozinho, que tem a pior saída para Ribeirão que pode existir! Aff!

Ontem, almoço nos Facion: lasanha perfeita da Tina, bichos mais engraçados do mundo e o nonsense habitual da família.

De tardezinha, chá inglês e uma lembrancinha da National Gallery. Pra combinar, choveu. Bem feliz! :)

O friozinho mais a sonolência de um antialérgico bem colocaram na cama antes das 21h. Fim.

Agora, outra semana e - thanks God! - tem feriado bem no meio! Amém!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

"Caras"

Ontem foi dia de "programa cultural": pré-estréia de "Meu país", de André Ristum.

Ricos e bem nascidos reunidos. Pessoas do métier. Imprensa em peso. E os avulsos que têm amigos bacanas, categoria em que me incluo.

Acompanhei isso tudo com curiosidade de observador: pra mim, que gosto de gente, é um banquete.

A pergunta que não quer calar é: pra que tantos seguranças pro Rodrigo Santoro? Fiquei olhando pra ele - todo o tempo gentil e sorridente - e pensando na capacidade para administrar esse lado do trabalho artístico, a fama. É um outro talento.

"Meu país"? Razoável. Quando, no entanto, penso em "Um conto chinês", fico me perguntando porque a gente não faz um filme como aquele: simples, enxuto e bom.
A turma que trabalha no Shopping, excluída da festa.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

dois momentos com meu pai

Meu pai fez cirurgia de catarata no sábado. Quando fui buscá-lo, ele estava com um dos olhos coberto, o que deixa a gente um pouco tonto. Então ele se apoiou no meu braço e fomos andando, bem devagar, até o carro.

Por conta da cirurgia, ele não pode abaixar a cabeça. Também não tem mais a flexibilidade de antes. Então ontem, antes de irmos comemorar o aniversário, ajudei-o a calçar as sandálias.

Por toda sua história, meu pai é muito calado, reservado, solitário. Mas, até porque somos parecidos, consigo perceber quanto amor vive nesse coração silencioso. E nesses dois momentos, tive a perfeita percepção de quanto eles eram preciosos.

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Para quem ainda não viu: visite o site de Phillip Toledano. Depois da morte da mãe, Phillip e o pai passaram a viver juntos e o filho registrou esses momentos. O site se tornou um livro e já tem versão em português - chama-se "Dias com meu pai".

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Esse post é para você Oz, que deixou um comentário que comoveu.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Duas histórias

Christopher Nolan, o outro.

Esse menino nasceu na Irlanda e, por falta de oxigênio no parto, não podia mover nenhum músculo, exceto os olhos. A princípio, isso também teria comprometido suas funções cognitivas.

Sua família nunca acreditou nessa história. Diziam ver nos olhos do Christopher que ele podia entender tudo ao seu redor. Seu pai lia para ele. A mãe tinha longas conversas e mostrava as letras do alfabeto. A irmã, cantava.

Quando ele tinha 11 anos, teve acesso a um novo medicamento que lhe permitiu um pequeno movimento com o pescoço. E Christopher escreveu um poema "I learned to bow" (to bow significa "se curvar", como no cumprimento que os japoneses fazem), em que agradeceu à Deus pelo milagre da ciência e da medicina.

Depois disso, escreveu outros poemas, livros, peças. Morreu em 2009, aos 43 anos.

Fico pensando nesse menino, preso durante 10 anos dentro de seu corpo. Vendo, ouvindo, entendendo e sentindo tudo sem poder expressar nada. Como Jean Dominique Bauby, cuja história está em "O escafandro e a borboleta". A diferença é que todos sabiam que Jean havia conservado o entendimento.

Como cheguei nessa história? Christopher estudou na "Mount Temple School" e o U2 fez uma música sobre ele: "Miracle Drug", que, antes mesmo de conhecer essa história, tenho ouvido obsessivamente.

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Aniversário de meu pai, 74 anos. Olho pra ele e me comovo tanto...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Senna


A Cultura reexibiu ontem esse programa, que originalmente foi ao ar em dezembro de 1986.

Várias vezes ele disse que "ainda tinha muitos anos pela frente"... Não era tantos assim: pouco mais de 07.

Disse também que não pretendia migrar para a Indy no futuro: aquilo era suicídio, correr tão perto de uma parede.

Tão bom vê-lo de novo. Tão triste não vê-lo mais.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fúria organizadora

A arrumação de final de ano começou mais cedo!

Há semanas fico olhando meus livros e prometendo uma limpeza. Queria me desfazer de alguns, ver se as formigas gigantes não tinham feito novo ninho no meu "guarda livros", tentar acomodar algumas novas aquisições...

Toca tirar tudo do móvel, buscar os que estavam no quarto pra ver se acho nova acomodação, separar os que serão doados...

Claro que, lá pelas tantas, morri de cansaço. Mas, como estavam todos pelo chão da sala, tinha que dar jeito.

Na foto aparecem alguns favoritos: "Violent Cases" é o topo da pilha de "Sandman". Todas as minhas versões dos sermões de Antônio Vieira (ainda não consegui me desfazer de nenhum!). Em pilhas também: todos os Poe, Garcia Márquez, Saint-Éxupéry, Dickens ("Um conto de duas cidades": gosto tanto!), Tolkien, parte da coleção "Museus" da Folha.

De novo prometi a mim mesma não comprar nada até ter lido uns inéditos que estão por aí. De novo não devo cumprir: já estou cá pensando que preciso completar minha coleção de sermões do Padre Vieira e  do Calvin (o garoto que tem um tigre de pelúcia)...

"Livros, livros. Centenas de livros. Milhares de livros!".
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Depois de ver "Melancolia", pude ler algumas críticas e essa diz exatamente o que penso sobre os dois concorrentes de Cannes:

"A prolixidade de Malick e a psicanálise de Lars Von Trier

O filme de Malick trafega por fortíssimas linhas filosóficas e experimentais ao traçar o cotidiano (um tanto poético) de uma família texana na década de 50. O cineasta, que é conhecido pelo excesso de preciosismo em suas raras obras, nos últimos 30 anos, faz um filme de contemplação sob as leis discursivas do filósofo Heidegger, buscando traçar justificativas existenciais do homem em meio a imensidão da natureza. Não à toa, exibe imagens do sistema solar e até de dinossauros. Não levanta questionamentos para tal (e nem creio ser essa uma obrigação!), mas também ao permear sobre o “tema” acaba se traindo no excesso de prolixidade. Isso é tão claro que o miolo do filme, que compreende as relações humanas da tal família com a reverberação dos instintos infantis, é de uma grandeza (e pura cinefilia) invejável. O que contrasta com o prólogo e o epílogo que soam pretensiosos e disléxicos demais na generalidade do que se propõe.

Melancolia, por outro lado, é uma interessantíssima metáfora psicanalítica também sobre o existencialismo do homem no universo, mas de uma maneira mais sagaz. Dividido em duas partes, o filme acompanha o casamento de Justine (Kirsten Dunst, genial), quando a mesma é tomada pela urgência da depressão, tendo de “enfrentar” os presentes, dentro de suas representações sociais. Ali ele acampa sua conhecida criticidade humana, capitalista e, por que não? misantrópica, mas numa “embalagem” tão envolvente, que nos perguntamos se a depressão de Justine é um personagem ou um elemento daquilo que Trier que evocar.

Na segunda parte do filme, vemos o ápice da expressão que o título do filme procura representar. O confronto psíquico entre Justine e a irmã Claire (Charlotte Gainsbourg) dá margem para muitas interpretações e, principalmente para ligarmos o processo depressivo do próprio cineasta com a história que quer contar. A teoria do caos anunciado que toma conta de todo esse ato rende momentos de pura poesia, o que não deixa de ser um paradoxo, indo até o clímax final, que diz muito sobre quem ou o que é a polêmica persona de Lars Von Trier.
 
Daí, diferentemente do que o júri de Cannes atestou (sendo influenciado pelo circo de Trier ou não), eu fico com Melancolia. Muito pela forma complexa mas nada prolixa de expressar um estado de espírito, e nos deixar cabreiros por isso…"

O texto todo está aqui: http://www.ambrosia.com.br/2011/09/07/prolixidade-de-malick-psicanalise-de-lars-von-trier/

E aqui - http://projetonassal.wordpress.com/2011/08/21/luiz-felipe-ponde-e-contardo-calligaris-sobre-a-arvore-da-vida-e-melancholia/ - tem o que Luiz Felipe Pondé e Contardo Calligaris escreveram sobre “A Árvore da Vida” e “Melancolia”.

PRONTO! Prometo que tento não falar mais desses filmes!

sábado, 1 de outubro de 2011

Conversas(?)

situação 01, pelo msn:

ele: (começo da conversa) E aí, como foram as férias?
eu: Boas. E as suas?
ele: Foram ótimas! Fui da Argentina à Bolívia de moto, com 03 amigos, bla bla bla... bla bla bla... bla bla bla...
eu: Que legal! Acho esse tipo de viagem muito bacana!
ele: (não falou mais nada)

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situação 02, também pelo msn:

ele: (logo depois dos cumprimentos) Foi no show do U2?
eu: Fuuuuuuuuuuuui!!!!
ele: Que dia?
eu: No sábado!
ele: Eu fui na quarta, bla bla bla... bla bla bla... bla bla bla...
eu: Nem sabia que você ia!?
ele: (não falou mais nada)

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situação 03, mensagens no celular:

ela01: Oi, tudo bem?
eu: Precisando de férias. E você?
ela01: Mal. De saco cheio com trabalho. Cansada da faculdade, bla bla bla... bla bla bla... bla bla bla...
eu: silêncio
ela01: (depois de um tempo, em outra mensagem) Logo você sai de férias.

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Impressão minha ou nos três casos a conversa só foi iniciada para que a pessoa falasse sobre si mesma?

Comentei com uma amiga tempos atrás: observo que muitos dos meus contatos perguntam como estou, mas, não querem saber a resposta. Querem apenas o gancho para falar de si mesmos.

Ouvi alguém - Mario Sérgio Cortela? Flávio Gikovate? - falando sobre isso uma vez. Muitos casais não têm conversado mais: o que parece uma conversa, na verdade, é apenas cada um fala de si próprio para o outro.

Eu, que não sou dada a grandes confissões, respondo de maneira sucinta e fico esperando. São poucos os que, afinal, queriam mesmo saber a meu respeito.

É só comigo?

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Vida


Esq para dir: Maria de Lourdes, Eni (em pé),
Maria José (ou Zezinha), Ruth e Helena.
 Ontem fui ver "Melancolia" no final da tarde.

Descendo as escadas, ainda meio atordoada pelo filme, vi esse grupo no térreo do Sta Úrsula.

Gosto muito de gente. Gosto da diversidade das pessoas, de imaginar suas histórias ou que vivo a vida delas. Mas, gosto especialmente de crianças e gente mais velha.

Nas crianças, gosto de ver a vida acontecendo tão rápido e de maneira tão concentrada. Tão precioso ver uma criança crescer e tive a benção de ver algumas.

Nos mais velhos, imagino a minha velhice.

Gosto de imaginar que sou a Zezinha, ali da foto, com seus cabelos cinzentos e bengala (acho mesmo que vou parecer com ela, daqui a alguns anos). Porque sei que o tempo trará outras perdas: pessoas, possibilidades, até lembranças. Mas, quanto eu terei visto!

Quando olho para elas, vejo vidas plenas, tão ricas, mostrando em cada detalhe - roupas, colares, rugas, óculos, bengalas, maquiagens - a diversidade de suas experiências.

Em pé, de preto, a Cida.

Para o meu amor às pessoas, é um espetáculo. E eu quero ser velha, viver muitos anos, acumular essas marcas.

Mesmo que o tempo, que constrói as histórias, me leve as memórias.
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Faltou nas fotos a Lila: não quis aparecer porque não estava maquiada para a ocasião. São ou não são umas divas?

Muito grata pela oportunidade, garotas!
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"Melancolia". NOSSA.

Essa foi a minha reação quando sai do cinema.

Não consigo dizer exatamente o que me pegou nesse filme porque não consigo "racionalizar" a minha impressão. Quando acabou, foi como se uma última peça fosse colocada e todo o conjunto ganhasse outro sentido.

Sentido como sensação e não como racionalização. Não consigo "pensar" sobre ele. Só "sentir" o impacto.

Quem sabe daqui a uns dias elaboro melhor...
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Esse findis tem cirurgia de catarata do meu pai e missa de 7º dia do Lucas, o filhinho do meu amigo que estava com leucemia.

Comecei a pensar que "Melancolia" me ajuda a entender essas perdas: não é verdade. "Melancolia" me faz sentir que não há nada a entender: "só" há/a viver.

Lembra alguém?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A special post to 2 nice guys

(versão em português abaixo)

Allow me introduce my friend, Angelica.

She lives in Key West, a paradise place in Florida, USA, with her nice Canadian husband and her nice Hawaiian teenager son.

Yesterday, we had a lunch together. We shared a sandwich, a juice and a SPETACULAR dessert (see the picture below, boys!).

The best part: Angelica tried to push a door where was written "Puxe" (in portuguese). "Puxe" sounds like "push", but it means the opposite: "pull".

Really funny. :)

Piada pronta

Apresentando, minha amiga Angélica, que vive em Key West com seu lindo marido canadense e seu lindo filho adolescente havaiano.

Veio passar dias aqui, trouxe forminhas divertidas para gingerbread, Kit Kats, adesivo fofo pra carro e a promessa de Mr. Gaiman pelo Correio. Almoçamos felizes ontem - sanduiche, suco e essa taça linda de "Papaia com Cassis", com muito licor de cassis.

Mas, o melhor foi a hora de sair do restaurante: quando olhei, Angélica está empurrando (push, em inglês) uma porta em que está escrito PUXE.

Rolei de rir. :)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cores e estilo

Minhocas, dentaduras e marshmallow. Coloridos, sem sabor e cheios de açúcar. Adoro os dois primeiros...

Isso é culpa da Juliana, que me apresentou as dentaduras. Depois vieram as gomas em forma de frutas vermelhas (meio azedinhas) e temáticas (Mickey, princesas da Disney, Ratatouile)...

Juro que faço um esforço para resistir, mas, a criança de 05 anos que existe em mim saliva quando vê essas porcarias.

A foto é do aniversário de Ana Júlia, 16 anos na sexta passada. Está tão linda...

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Ontem começou a turma nova na faculdade. Gosto de trabalhar lá, gosto de fazer esse trabalho. :)

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Essa moça estava no mesmo ônibus que eu hoje de manhã. Sempre admiro quem tem disposição para se fazer toda pronta e tão bonita logo cedo. Eu mal tenho cérebro pra vestir as roupas na ordem certa.

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Triste esse tempo seco: mesmo as caminhadas curtas andam me fazendo sofrer.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Faltou dizer...

Teve cinema, museu e livraria na minha semana paulistana!

No domingo, além das andanças mil pela Paulista (da Casa das Rosas até a Consolação, ida e volta), conheci a Livraria Cultura do Conjunto Nacional: "milhares de livros, milhões de livros"!

Um pouco grande demais pra mim, mas, me encheu os olhos, claro.

Aproveitamos pra ver esse filme, bem engraçado. E Audrey está, nessa foto, com a exata pose e cara de minha amiga Adriana quando se faz de desentendida!

Voltei na livraria um outro dia e acabei comprando um presente pra Angélica, a amiga que vive em Key West. O cara que faz os pacotes é especialista em origami: mágico!

Na quarta, fui ver "Um conto chinês", o filme da vaca que cai do céu. Gostei bastante.

Tem alguma coisa nesse ator - Ricardo Darín - que me "pega", mas, o filme tem seus próprios méritos e, reconheço mais uma vez, os argentinos fazem cinema muito melhor que nós.

Na quinta, o curso acabou um pouco mais cedo e deu pra ir no MASP.

Fico tempos infinitos olhando os meus favoritos: os holandeses em geral, os impressionistas especialmente. E Van Gogh, que me comove até às lágrimas. Ainda não me saturei: tenho que passar uma semana indo vê-lo todos os dias para - talvez - ficar satisfeita. É o projeto para a próxima viagem à Londres: passar todas as tardes na National Gallery.

Porque, em mim, uma viagem sempre "chama" outra.
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"Toda viagem é boa quando nos espera um amigo." Apesar de adorar viajar sozinha, reconheço a verdade dessa frase. Então, meu amigo novo-paulistano, muito grata pela recepção!