sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Vida


Esq para dir: Maria de Lourdes, Eni (em pé),
Maria José (ou Zezinha), Ruth e Helena.
 Ontem fui ver "Melancolia" no final da tarde.

Descendo as escadas, ainda meio atordoada pelo filme, vi esse grupo no térreo do Sta Úrsula.

Gosto muito de gente. Gosto da diversidade das pessoas, de imaginar suas histórias ou que vivo a vida delas. Mas, gosto especialmente de crianças e gente mais velha.

Nas crianças, gosto de ver a vida acontecendo tão rápido e de maneira tão concentrada. Tão precioso ver uma criança crescer e tive a benção de ver algumas.

Nos mais velhos, imagino a minha velhice.

Gosto de imaginar que sou a Zezinha, ali da foto, com seus cabelos cinzentos e bengala (acho mesmo que vou parecer com ela, daqui a alguns anos). Porque sei que o tempo trará outras perdas: pessoas, possibilidades, até lembranças. Mas, quanto eu terei visto!

Quando olho para elas, vejo vidas plenas, tão ricas, mostrando em cada detalhe - roupas, colares, rugas, óculos, bengalas, maquiagens - a diversidade de suas experiências.

Em pé, de preto, a Cida.

Para o meu amor às pessoas, é um espetáculo. E eu quero ser velha, viver muitos anos, acumular essas marcas.

Mesmo que o tempo, que constrói as histórias, me leve as memórias.
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Faltou nas fotos a Lila: não quis aparecer porque não estava maquiada para a ocasião. São ou não são umas divas?

Muito grata pela oportunidade, garotas!
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"Melancolia". NOSSA.

Essa foi a minha reação quando sai do cinema.

Não consigo dizer exatamente o que me pegou nesse filme porque não consigo "racionalizar" a minha impressão. Quando acabou, foi como se uma última peça fosse colocada e todo o conjunto ganhasse outro sentido.

Sentido como sensação e não como racionalização. Não consigo "pensar" sobre ele. Só "sentir" o impacto.

Quem sabe daqui a uns dias elaboro melhor...
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Esse findis tem cirurgia de catarata do meu pai e missa de 7º dia do Lucas, o filhinho do meu amigo que estava com leucemia.

Comecei a pensar que "Melancolia" me ajuda a entender essas perdas: não é verdade. "Melancolia" me faz sentir que não há nada a entender: "só" há/a viver.

Lembra alguém?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A special post to 2 nice guys

(versão em português abaixo)

Allow me introduce my friend, Angelica.

She lives in Key West, a paradise place in Florida, USA, with her nice Canadian husband and her nice Hawaiian teenager son.

Yesterday, we had a lunch together. We shared a sandwich, a juice and a SPETACULAR dessert (see the picture below, boys!).

The best part: Angelica tried to push a door where was written "Puxe" (in portuguese). "Puxe" sounds like "push", but it means the opposite: "pull".

Really funny. :)

Piada pronta

Apresentando, minha amiga Angélica, que vive em Key West com seu lindo marido canadense e seu lindo filho adolescente havaiano.

Veio passar dias aqui, trouxe forminhas divertidas para gingerbread, Kit Kats, adesivo fofo pra carro e a promessa de Mr. Gaiman pelo Correio. Almoçamos felizes ontem - sanduiche, suco e essa taça linda de "Papaia com Cassis", com muito licor de cassis.

Mas, o melhor foi a hora de sair do restaurante: quando olhei, Angélica está empurrando (push, em inglês) uma porta em que está escrito PUXE.

Rolei de rir. :)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cores e estilo

Minhocas, dentaduras e marshmallow. Coloridos, sem sabor e cheios de açúcar. Adoro os dois primeiros...

Isso é culpa da Juliana, que me apresentou as dentaduras. Depois vieram as gomas em forma de frutas vermelhas (meio azedinhas) e temáticas (Mickey, princesas da Disney, Ratatouile)...

Juro que faço um esforço para resistir, mas, a criança de 05 anos que existe em mim saliva quando vê essas porcarias.

A foto é do aniversário de Ana Júlia, 16 anos na sexta passada. Está tão linda...

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Ontem começou a turma nova na faculdade. Gosto de trabalhar lá, gosto de fazer esse trabalho. :)

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Essa moça estava no mesmo ônibus que eu hoje de manhã. Sempre admiro quem tem disposição para se fazer toda pronta e tão bonita logo cedo. Eu mal tenho cérebro pra vestir as roupas na ordem certa.

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Triste esse tempo seco: mesmo as caminhadas curtas andam me fazendo sofrer.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Faltou dizer...

Teve cinema, museu e livraria na minha semana paulistana!

No domingo, além das andanças mil pela Paulista (da Casa das Rosas até a Consolação, ida e volta), conheci a Livraria Cultura do Conjunto Nacional: "milhares de livros, milhões de livros"!

Um pouco grande demais pra mim, mas, me encheu os olhos, claro.

Aproveitamos pra ver esse filme, bem engraçado. E Audrey está, nessa foto, com a exata pose e cara de minha amiga Adriana quando se faz de desentendida!

Voltei na livraria um outro dia e acabei comprando um presente pra Angélica, a amiga que vive em Key West. O cara que faz os pacotes é especialista em origami: mágico!

Na quarta, fui ver "Um conto chinês", o filme da vaca que cai do céu. Gostei bastante.

Tem alguma coisa nesse ator - Ricardo Darín - que me "pega", mas, o filme tem seus próprios méritos e, reconheço mais uma vez, os argentinos fazem cinema muito melhor que nós.

Na quinta, o curso acabou um pouco mais cedo e deu pra ir no MASP.

Fico tempos infinitos olhando os meus favoritos: os holandeses em geral, os impressionistas especialmente. E Van Gogh, que me comove até às lágrimas. Ainda não me saturei: tenho que passar uma semana indo vê-lo todos os dias para - talvez - ficar satisfeita. É o projeto para a próxima viagem à Londres: passar todas as tardes na National Gallery.

Porque, em mim, uma viagem sempre "chama" outra.
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"Toda viagem é boa quando nos espera um amigo." Apesar de adorar viajar sozinha, reconheço a verdade dessa frase. Então, meu amigo novo-paulistano, muito grata pela recepção!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

São Paulo

Toda a semana passada em São Paulo. Algumas fotos, alguns prazeres, muito cansaço. E a conclusão, quase certa, de que não sirvo mesmo para viver lá.


A caixa é uma belezinha: fotos do ônibus e de pontos turísticos de Ribeirão - a Catedral, Praça XV de Novembro e o Theatro Pedro II. Dentro, biscoitinhos e guloseimas para a viagem. A gente ganha quando entra no ônibus. :)

A segunda foto é de um dos meus lugares de felicidade em São Paulo: Douce France, a pâtisserie da Alameda Jaú. Fui lá no domingo assim que cheguei e depois, durante a semana, para ser mais feliz de novo.

O sorvete é de lá: 70% cacau. Oh, Deus! Perfeito, perfeito, perfeito.


Segunda a sexta, curso todos os dias, no prédio da Sede. Aquele, triangular, que sempre aparece na TV quando mostram a Paulista.

A primeira imagem é do elevador que sempre me lembrava o elevador do Ministério da Magia do Potter: as pessoas entrando, os cumprimentos, saindo... Só faltavam os memorandos entrarem voando!

Quer mais esquisitice? O que é esse "99", se o prédio não tem 20 andares? É o "INTERMEDIÁRIO". Hein?!

"Filha única" é o nome desse serviço de manicure. Mão da esquerda - Giseli, de Botucatu. Mão da direita - Taís, de Araçatuba. Sim, a gente teve muito serviço durante a semana toda, mas, sempre se arruma tempo para diversão!!!!

Por último, os peritos da aula de sexta: Maria Regina e Orlando. Trabalharam, entre outros, no caso dos fantasmas do PC Farias. CSI brasileiros, meu tipo de celebridades. ;)


Na quarta-feira eu já estava exausta: muita informação, turma especialmente inquieta (logo, cansativa), tanta gente e tanta pressa... 

Na mísera uma hora de almoço - todos os lugares lotados e barulhentos - fugi para o Parque Trianon.

Um quarteirão e tudo muda: outra cor, outro ar, outros sons. Um refrigério pra alma, mesmo. E eu adoro esse Fauno...


Mas, São Paulo é o lugar do inusitado e aí vão três exemplos.

O grafite(?) estava em um rinoceronte, na calçada do CIESP. Iniciativa semelhante ao "Cow Parade", mas, com outro bicho. Tinha outras versões em frente ao MASP, no Terminal Tietê... Em tempo: a Giseli (de Botucatu) o tempo todo chamou esse bicho de mamute... kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Adorei o anúncio de "Pai MaickNuclear", no semáforo perto da Itapeva. Se alguém estiver com bloqueio criativo, chama o cara.

E na sexta, mais morta do que viva, cheguei ao Tietê a tempo de pegar o ônibus das 20h, mas, não quis correr e comprei passagem para 20h30. Fui comer num café mais afastado do corredor central e acabei com um duplo bônus: esse grupo de maracatu e um camarada muito bacana que conheci bem aí.

Esse é o relato da semana. O findis foi em Botucatu, mas, essa história fica pra amanhã.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A árvore da vida


Avenida Francisco Junqueira, ontem.
A graça? Ou a natureza? 
Fui ver esse filme há alguns dias e, como já disse aqui, não gostei.
Mas, ontem, recebi uma notícia triste que me fez lembrar dele: o filho de um colega de faculdade está na UTI. Leucemia, nada mais a fazer. 05 anos de idade.

Pra quem não viu, o mote de "A árvore da vida" é a morte do segundo filho do casal, aos 19 anos, no Vietnã. O diretor opõe, na primeira frase do filme, "graça" e "natureza". A primeira, a redenção. A segunda, a destruição.

Talvez esteja sendo injusta ao avaliar o filme porque discordei desse argumento imediatamente. Concordo com  texto de Marcelo Gleiser: "Não precisamos escolher entre a graça e a natureza. Existe uma terceira via, em que encontramos graça na natureza, não apenas através de sua beleza e cada folha e raio de luz, mas por meio da nossa profunda conexão com ela".


Somos natureza, também. Não apenas graça. Somos graça, também. Não apenas natureza. Somos graça e natureza, todo indissolúvel.

Nesse sentido, gosto mais da personagem do "Pai" - que preservou, ainda que sufocada, a graça representada pela música - do que da "Mãe", que me pareceu completamente alheia à natureza, ingênua quanto à sua força (inclusive terrível).

Reconheço nela (a "Mãe") a pessoa que fui há alguns anos: de felicidade inocente, como diria Clarice Lispector. Então, como na história de Jó (outra referência do filme), vieram as perdas: entes queridos, ilusões, bens, relações...
 
Dez anos depois, entendo que essa é a Vida toda: maravilhosa e terrível. E prefiro assim do que  nunca enxergar a graça, ou a natureza. Viver uma vida morna, mediana, medíocre.
 
Eu prefiro a vida inteira. Por isso não gostei desse filme.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ando assim, bem cansada.

Talvez estejam se juntando duas coisas: minhas férias no ano passado foram pífias e não viajei. Em certo sentido, estou há dois anos sem mudar de ares, sem uma folga dos dias. Isso me desgasta muito.

E tem a minha tendência a, em situações extremas, manter a energia concentrada para superar o momento. Quando ele passa, o cansaço do mundo se abate sobre mim. Meu último momento extremo acaba de se encerrar. Além do alívio, um profundo cansaço. profundo.

Acho que só terei uns dias no começo de novembro e fico pensando em pra onde ir: sozinha, em silêncio, para deixar de ser eu - com essa história, essas relações - por um tempo.

Não posso, mesmo, estar certa da minha sanidade...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quanta dor?

Quanta dor é necessária para que alguém enlouqueça? Será que algumas pessoas jamais viverão isso, mesmo enfrentando as maiores dificuldades?

Acho que meu maior temor é perder a mim mesma: nas relações, no mundo que nos distrai (e trai), na velocidade impensada dos dias. O medo da dor é o medo de me perder na insanidade.

Ao mesmo tempo, a loucura me fascina como a liberdade absoluta: enlouquecer é esquecer tudo, inclusive quem se é. Não-ser, a maior liberdade?

Talvez o que me assuste seja a possibilidade de que reste alguma memória, lampejos. Vislumbrar por um instante o passado completo, não compreendê-lo, mas, senti-lo - isso seria pior que a consciência.

Meu outro terapeuta afastou essa hipótese, como se eu tivesse uma sanidade tão rigorosa - ou um rigor tão são - que mesmo na maior adversidade, meu equilíbrio mental consiga se preservar.

O que eu não sei dizer - e tem me intrigado há dias, por isso a imagem de Ophelia - é quanto estive mesmo sã há um ano atrás, naquele tempo terrível. Quando olho em retrospecto, não sei como vivi aqueles dias. De onde veio a sanidade (ou o rigor) que me manteve hora a hora, dando conta de tudo, apesar do tormento constante.

Aquela capacidade foi maior do que eu.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Então...

... lembra da pessoa que recomendou cautela, não criar expectativas? Pois se sentiu traída (isso, traída) porque a empregada estava fazendo uma tarefa de maneira diferente da que foi determinada.

Sentiu-se traída porque "paga bem, em dia, e além disso dá roupas, alimentos" e a diarista devia isso - seguir suas recomendações - a ela.

Minha hora de dizer: não espere que porque você paga corretamente (o que é sua obrigação) ou porque faz coisas extras (que fez por que quis), vai tudo correr às mil maravilhas. Mais: não criar expectativas funciona bem quando é com os outros. Quando nos envolvemos, até a relação de trabalho, que deveria ser objetiva, muda.

A pessoa em questão é advogada e atua no Trabalhista. Deve ver isso o tempo todo, mas, não enxerga que está vivendo a mesma situação.

Quer saber a "traição" da diarista? Ligou a máquina para lavar duas blusinhas e um shorts de tecido.

(Lembra que eu disse que tolero uma situação anos, antes de pregar o pé na porta? Pois é: o pé está a caminho no caso dessa pessoa.)

Elizabeth e eu

Sigo firme na leitura de "Uma Arte - Cartas de Elizabeth Bishop".

É, eu sei que estou lendo isso há meses, mas são 730 páginas! Como são cartas, dá para ler algumas, pegar outro livro, voltar às cartas...

Além de aguçar minha vontade de visitar Key West, onde vive minha amiga Angélica e Bishop morou por anos, me divirto muito com o senso de humor dela e me surpreendo com alguns pontos em comum.

Temos a mesma capacidade idiota de aturar coisas por anos, antes de pregar o pé na porta, mas, ontem fiquei espantada com as encomendas que Bishop fez a um amigo.

Era começo da década de 1970 e ela estava vivendo em Ouro Preto, na Casa Mariana. James Merrill viria dos Estados Unidos para visitá-la e essa foi a lista:

- Chá: apesar de ter se acostumado ao sabor, Bishop dizia que o chá brasileiro tinha gosto de feno e pediu que Merrill trouxesse chá preto, de preferência, Twinings.
- Gengibre em pó: ela só encontrava a raiz no Brasil e uma de suas comidas favoritas era gingerbread, que leva gengibre em pó na receita.
- Curry de uma marca específica.

Isso é a minha cara!

Em julho eu andei feliz da vida porque um amigo tinha voltado de Londres me trazendo essa lata de biscoitos de gengibre da Torre.

No mesmo post, falei que em setembro a encomenda seria daquele chá de gengibre com limão, que não consigo encontrar aqui. Meus amigos mandaram e-mail ontem dizendo que já está devidamente comprado.

Pra completar, no final desse mês minha amiga Angélica vem passar uns dias no Brasil. Minha encomenda? Forminhas para cortar gingerbread!!!!!

Tem mais: em uma carta de 1971, ela fala sobre seu programa de TV favorito - Vila Sésamo! Mas, o trecho é tão divertido que vou reproduzir aqui, em outro dia.

Hoje começo a ler as cartas de 1972 e já bisbilhotei: tem uma escrita exatamente no dia 01 de fevereiro - meu nascimento e 10 dias antes dos 61 anos de Bishop.

Duas aquarianas sem noção. :)

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Amanhã, inglês e continuo bem feliz nas aulas. À noite, baladinha nos Facion: diversão garantida ou seu dinheiro de volta! No domingo, sem folga: trabalhar porque minhas aulas na pós começam no dia 27/09. O bônus - ou ônus? De 18 a 23/09 estarei em SP, fazendo curso.

Mês cheio. (Escrevo isso, lembro de 2010 e me espanto: como consegui sobreviver àquilo?)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Blue

Véspera de feriado teve programa de garotas com a Ju + uma garrafa de Blue Label.

Na verdade, tô começando a ficar preocupada: cumpri três itens da lista de coisas a fazer antes de morrer nos últimos seis meses. Conheci o Raí, fui no show do U2 e tomei um Blue. Ainda bem que meu desejo é infinito: cumpro um e boto outro no lugar! \o/

Depois teve cineminha: "O silêncio dos inocentes" e "Julie & Julia". Adoro, adoro, adoro o primeiro. Adoro Anthony Hopkins nele: a voz, o olhar, a forma como movimenta o corpo. E o segundo: gosto de Meryl Steep e adoro Stanley Tucci. Fica fácil!

Ontem, "A Árvore da Vida". Não gostei. Achei uma enganação: a história até é boa, mas, a minha impressão é de que o diretor fez uma série de escolhas para dar uma aparência de "profundidade" ao filme. Podia ter contado a mesma história de maneira mais sucinta, elegante e talvez mais profunda do que como fez. Não gostei.


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Mas, à medida que os dias vão passando, as lembranças desse período em 2010 mais a audiência da próxima semana me fazem triste.

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira

terça-feira, 6 de setembro de 2011

He's Just Not That Into You


Lindo, lindo, lindo... ainda os ipês da avenida na City Ribeirão. Pena que já era um pouco tarde e a luz não era mais boa para fotos das árvores.

Então, depois de uma semana de silêncio com-ple-to, dá pra concluir sem medo de errar que ele simplesmente não está a fim.

Como não sou uma boa pessoa, não vou deixar passar a falta de educação: no meu dicionário "obrigado!" não corresponde a um pedido de casamento. E não fiz nada ofensivo para sequer merecer um agradecimento.

Quando sou boa, eu sou ótima. Mas, quando sou má, sou melhor ainda.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Balanço

O fim de semana, que não prometia nada, acabou cheio.

Sábado começou perfeito, comendo o melhor queijo quente da cidade (na foto). Fica na Padaria "Jardim Paulista", esquina da Henrique Dumont com Albuquerque Lins.

Muito queijo, bem derretido, num pão francês perfeito. Melhor: custa R$ 2,50. O único risco é morrer asfixiado. Sério! Vi um caso assim na faculdade: na traquéia do morto, um pedaço de queijo.

Depois, inglês e a turma nova é mesmo muito simpática. A professora, seguindo o padrão, completamente sem noção. Triste foi o professor da sala ao lado tocar "With or Without You" três vezes! Não ajuda, né?

Como o dia só começava, teve Jaú na sequência. Não sou doida por sapatos, mas, minha vizinha é: ela comprou SEIS pares!!! Achei todos bem bonitos, mas, pra mim, só uma sapatilha com estampa de quadrinhos em preto e branco.

A foto? A-DO-RO experimentar sapatos mega altos! Não tenho nenhum, mas, acho bem divertido ficar nas alturas por um tempo... E esse, vamos combinar, tem uma levadaça traveca, não tem não?

No domingo, "A todo volume" de novo e achei perfeito, de novo. Mas, aí, o bode da semana baixou de vez: não tinha parada, lugar ou assunto que me deixasse melhor. Pra não matar ninguém, melhor sair de casa.

O projeto era ficar sozinha e comprar os óculos de natação. Como shopping não é exatamente o paraíso da solidão, passei no Curupirinha antes, ouvindo "The Joshua Tree". Entardecer, o último banco no topo do morro, fim da trilha. Quase ninguém chegava lá. Quase bom.

Indo pro Novo Shopping, lembrei de uma praça muito graciosa na City Ribeirão. Emboquei por lá, mas, não cheguei a encontrar: no caminho, dei de cara com a avenida florida pelos ipês, tão perfeita.


O fim de semana só não acabou assim porque uma amiga ligou e sugeriu "happy hour" no Casimiros.

Ainda que eu não estivesse exatamente "happy", fui conhecer o bar. O lugar é legal, tinha uma comidinha boa e charmosa, mas, vou concluindo que não sou uma pessoa de "barzinho": sentar numa mesa e ficar vendo a paisagem. Ou tem música ao vivo ou a conversa tem que valer a pena. Não foi bem o caso...

Agora, começa tudo de novo, e ainda estou um pouco surpresa, um pouco assustada, um pouco triste: esse tempo, há um ano,  foi tão difícil...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Post nº 100

Sobre David Cronenberg, trabalhando de novo com Viggo Mortensen e Vincent Cassel mais Michael Fassbender (Magneto em "X-Men - Primeira Classe).



O filme é sobre a relação entre Jung (Fassbender) e Freud (Mortensen).

Pra mim, fã de "Marcas da Violência" e "Senhores do Crime", o duro é esperar!

Em tempo: adoro a "estampa" de Cronenberg. Lembra Gaiman, claro, mas, mais velho e ainda mais charmoso.

As moças? Não me importa quem são! rsrsrsrs

Apaixonar-se (ainda)

Lembra daquela amiga que recomendou cautela nos assuntos do coração?

Ela sempre se referia de modo tão cáustico ao "apaixonar-se" que perguntei se já tinha vivido essa experiência: ficar feliz à toa, borboletas no estômago, coração acelerado, lembrar do outro por bobagens... Disse que sim. Aí, eu perguntei o que ela achava da experiência. Resposta: "não gosto. não gosto de nada que me tira do chão: drogas, bebidas, paixão...". E completou: "só gosto da paixão quando é correspondida".

Tanta coisa fez sentido.

Eu gosto muito de apaixonar-me. Gosto do processo e aceito o pacote completo: parte boa e ruim. Não precisa ser correspondido pra valer a pena pra mim. E não me apaixonava há tanto tempo que, mesmo não sendo recíproco, ando feliz à toa, à toa.

Adoro estudar inglês. Estou gostando muito de aprender a nadar. Adoro cozinhar. Adoro U2, Sandman, Kit Kat. Gosto assim, de modo enfático, apaixonado, obsessivo.

Às vezes eu acordo. Às vezes, sim, eu morro. Mas, às vezes, eu voo. Todas valem a pena.

A fome do século

É o que eu tenho às vezes. Tenho vergonha, inclusive.

Veja: faço todas as refeições - café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar - todos os dias. Como é que posso sentir fome? Imensa? De roncar a barriga? Fome sente o povo na África!

Mas, ontem, depois da aula de natação, eu estava querendo comer a geladeira. Não cheguei a tanto, mas, comi um carne e queijo per-fei-to com fúria assassina.

Carne, carne, carne. Adoro, adoro, adoro.

Hoje no almoço tem peixe: feliz por antecipação.

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Mas, na noite passada não pegava no sono. Estava desperta, mente inquieta. Adormeci por volta de 02h, depois de ler, ver TV, cantar pra mim mesma, meditar. Surpreendentemente, acordei bem. Vai entender...

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O fim de semana? Nada, provavelmente: inglês amanhã cedo, comprar o óculos da natação, ver meu "A Todo Volume", que pego hoje... À toa, à toa. :)

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A natação? Foi bem legal! Gosto de perceber o esforço de aprender algo novo, tão físico. Sentir o corpo aprendendo e a mente silente. Adoro atividades em que posso só ser, sem pensar.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

outra vida


Imagino muitas vidas pra mim. As muitas vidas que não vivi e que, provavelmente, não vou viver. Que sou homem e viajo de porto em porto, em cada um uma história e um amor. Que sou enfermeira ou arquiteta. Que fiquei em Olinda, trabalhando naquele restaurante. Que nasci na África Subsaariana. Que tenho muitos filhos, no interior do país. Que tenho poucos filhos, num grande cidade. Que fiz balé na infância e danço até hoje. Que sou muito rica. Que sou muito importante. Como serei bem velha.

Uma vida que sempre me interessa é essa da foto. Talvez, se eu fosse homem e não tivesse meus pais, já tivesse aderido a ela por um tempo. Ou para sempre. Abraçar defitivamente a incerteza da vida. Viver a incerteza. Ser incerto. E um cão por companhia. 

Talvez por isso, quando um amigo perguntou o que eu seria se não fosse gente, respondi de pronto: cachorro. Não esses cachorros de madame, mas, um vira lata, que vive na rua. Eu nem seria um cão de mendigo: seria sem dono, à toa, sujo, magro, cheio de feridas. Olhando a vida, espantado.