quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sagrada Família

Estavam sentados no banco do ponto de ônibus, ao lado do Colégio Auxiliadora. Só eles, na fileira de quatro assentos, mas, havia gente por perto, esperando em pé ou passando.

O pai teria uns 40 e poucos anos. Vestia bermuda e camiseta simples. Moreno, cabelos crespos e curtos, usava óculos. No ombro esquerdo, a bolsa cor de rosa do bebê. Estava à direita, do meu ponto de vista.

A mãe, à esquerda, aparentava mais de 30 anos, também morena, cabelos médios. Usava calça jeans e camiseta.

A criança era uma menina morena, cabelinhos cacheados, shortinho e blusinha rosa. Cerca de um ano de idade.

 Pareciam pobres, mas, não miseráveis.

A mãe se inclinava para o pai, encostando a lateral do corpo no dele e conversavam.

A menina estava sentada no colo do pai, sobre uma espécie de edredom leve, rosa claro. A postura dele não era como a de alguns pais que não sabem bem o que fazer com o bebê: ele a abraçava, parecendo cuidadoso e carinhoso.

Então, a bebê começou a coçar a cabecinha, acima da orelha. Depois de um tempo, a mãe se inclinou para ver o que acontecia e começou, ela mesma, a coçar, bem de leve, o cabelinho da bebê. Mais um carinho que outra coisa.

Quando meu ônibus saiu, eles estavam assim. E eu fiquei tão encantada às 07h30 que nem consegui fazer uma foto.

Um comentário:

cidissima disse...

São poucas esparramadas por aí. Mas fazem a diferença.
Diferença na atenção, no carinho, na afeição.
Mínimos detalhes aflorados pela verdadeira razão do que é uma família.
Não estão preocupados com a demora do ônibus, ninguém viciado em celular, tampouco revoltados com a sorte.
E assim caminha a humanidade!!!

Cida