situação 01, pelo msn:
ele: (começo da conversa) E aí, como foram as férias?
eu: Boas. E as suas?
ele: Foram ótimas! Fui da Argentina à Bolívia de moto, com 03 amigos, bla bla bla... bla bla bla... bla bla bla...
eu: Que legal! Acho esse tipo de viagem muito bacana!
ele: (não falou mais nada)
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situação 02, também pelo msn:
ele: (logo depois dos cumprimentos) Foi no show do U2?
eu: Fuuuuuuuuuuuui!!!!
ele: Que dia?
eu: No sábado!
ele: Eu fui na quarta, bla bla bla... bla bla bla... bla bla bla...
eu: Nem sabia que você ia!?
ele: (não falou mais nada)
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situação 03, mensagens no celular:
ela01: Oi, tudo bem?
eu: Precisando de férias. E você?
ela01: Mal. De saco cheio com trabalho. Cansada da faculdade, bla bla bla... bla bla bla... bla bla bla...
eu: silêncio
ela01: (depois de um tempo, em outra mensagem) Logo você sai de férias.
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Impressão minha ou nos três casos a conversa só foi iniciada para que a pessoa falasse sobre si mesma?
Comentei com uma amiga tempos atrás: observo que muitos dos meus contatos perguntam como estou, mas, não querem saber a resposta. Querem apenas o gancho para falar de si mesmos.
Ouvi alguém - Mario Sérgio Cortela? Flávio Gikovate? - falando sobre isso uma vez. Muitos casais não têm conversado mais: o que parece uma conversa, na verdade, é apenas cada um fala de si próprio para o outro.
Eu, que não sou dada a grandes confissões, respondo de maneira sucinta e fico esperando. São poucos os que, afinal, queriam mesmo saber a meu respeito.
É só comigo?
sábado, 1 de outubro de 2011
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Um comentário:
Réplicas. Tréplicas de um solilóquio.
Hoje as pessoas têm uma forma peculiar de se relacionar, no caso de amizade, como exemplo.
Não temos mais os bons escutadores.
Pra começo de conversa, o msn, facebook, twitter, Orkut e outras mídias, esfacelaram, diretamente, a língua portuguesa. Reduziram as palavras. Estrangularam os verbos e adjetivos. Inventaram uma tal de internetês , um neologismo empregado para a rede virtual, para a abreviação das palavras. Pura economia de vocabulário ou preguiça de escrever?
Muitos amigos virtuais!!! E como fica o calor do abraço? De repente precisamos de um colo, um ombro. Mas não temos bons escutadores!!!!
Cida
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