terça-feira, 31 de março de 2009

A medida da humanidade

Esse é o meu chefe. E, fofoqueiros de plantão, podem ficar tranquilos: eu já disse isso para ele.

Cena:

Ele: Não consigo entender porque existe grafite diferente de 2B. Esse é o único bom. (observação: 2B é o grafite que ele gosta).

Eu: Nem eu. Afinal, você é a medida da humanidade. Antes de você, o caos. Depois, a destruição.

Ele: risos. risos. risos. Você devia escrever um livro com essas coisas...

Por isso que, quando me candidatei a atiradora de facas no nosso circo, ninguém no escritório questionou.

Feira

Toda terça eu chego um pouco mais tarde no escritório: no caminho acontece uma feira de cerca de 05 quarteirões e eu ADORO feira.

Adoro ver todas aquelas pessoas - a maioria com mais de 60 anos - puxando seus carrinhos coloridos, conversando, barganhando.

A cor e o cheiro das coisas, aquelas barracas de miudezas - botões, torneiras, reduções, tampas, desentupidor pra fogão a gás. As barracas de roupas - calcinhas e cuecas cuidadosamente empilhados. Qual o critério para organização, além do óbvio: homens e mulheres , adultos e crianças?

A barraca de salgados, concorrida às 07h, sempre me espanta um tanto. Como é que alguém consegue comer fritura a essa hora, Jesus?

Aaaaaahhhhhh, e eu adoro os cantores de feira, às vezes cegos, às vezes não. Nessa minha feira da terça tem um que mede cerca de 1,80m, negro, usa um chapéu e canta enquanto caminha, tocando seu violão. É uma visão e tanto.

Toda semana passo por lá. Umas coisas mudam, outras não. Mas eu continuo achando tudo maravilhosamente interessante.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Tika


"Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro." Essa eu não sei de quem é.

"Felicidade é um cão quentinho". Lucy (Snoopy).

Isso posto, Tika era amor e felicidade. ;-)

Heróis

Fotos muito legais de imigrantes vestidos como super-heróis:

http://dulcepinzon.com/superheroes.htm

Dica de Mr. G.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Um clássico

A aguardente Corote é um clássico entre os moradores de rua aqui em Ribeirão.

Preço médio de R$ 2,00 (isso mesmo DOIS reais), 500 ml, fabricada pela Missiato, de Santa Rita do Passa Quatro. Encara?

Mas, macho mesmo é o nosso louco de vizinhança: o cara mistura a Corote com pimenta - pi-men-ta - e BEBE!

No momento estamos negociando sua contratação para nosso circo, no papel de equilibrista. Novas notícias em breve.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Falando em vista do escritório, tem um vídeo de Patrick Hughes (http://www.patrickhughes.com.au/shorts/) muito simpático. Não consegui abrir na página dele, então, se você também não conseguir, digite "schweppes signs" no you tube e abra o vídeo de 12 minutos. Uma graça!
E ontem reli a morte e funeral de Lord Morpheus.

Mas, disso eu falo outro dia.

Sentada no escritório, tenho essa vista.

Na maior parte dos dias o céu está assim, azul deslumbrante. Eu olho e penso que tenho que enfrentar o calor medonho do meio-dia pra ir almoçar. Como hoje, sem nenhuma vontade de comer.
Mas tem dias em que está cinzento, nublado ou chuvoso. Posso ver as nuvens baixas e escuras. Então fico sombriamente feliz, faço um café, olho pela janela e me dou conta - mais uma vez - de que gosto muito mais desses dias. Muito mais.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Esperando o jornal de amanhã.

Sensação de que o dia já acabou - às 14h, querendo casa, cama, horas de sono e é amanhã, novo jornal, novas notícias.

Abismal

Tem dias em que acordo assim, de tristeza abismal: funda e escura.

Não adianta dia ensolarado, céu lindo dessa cidade em que vivo, cenas engraçadas a caminho do trabalho, crianças ou velhos sempre tão interessantes.

As leituras de ontem? Vou me aproximando do momento em que Mr. Sandman se deixa morrer em "Entes Queridos" e a história dele me entristece sempre e muito.

Pode ser. Essa coisa de sonho, Sonho, é um mistério pra mim.

terça-feira, 24 de março de 2009

Coraline

Ontem li Coraline, de Mr. G, assim de uma sentada, depois de chegar do trabalho. (Thanks, Clayton!)

Apesar de assistir muitos desenhos, não leio ficção infanto-juvenil há muito tempo. Ou não? Li todo o Harry Potter, as Crônicas de Nárnia e Fronteiras do Universo... mas, não considero esses livros essencialmente "infanto-juvenis". Me parecem histórias. E só.

Coraline soou mais um livro para crianças mesmo, bom pra ler antes de dormir, aproveitando a expectativa que isso provoca.

Pra mim? Achei bom. Gostei da história, das ilustrações, pude constatar que o filme foi mesmo uma ótima "adaptação".

Mas, não sei se vai pra minha biblioteca.

Aparências

E por que não sou eu ali na imagem de exibição?

Se você consultar minhas sobrinhas ou minha orientadora, por exemplo, elas vão concordar que essa postura contrariada, contrária, do contra, teimosa, sou eu muito mais do que um retrato próprio.

Uma foto fica velha a cada instante: meus cabelos estão a cada dia mais brancos, em breve talvez ganhem novas cores (ainda não consegui me acostumar com a idéia), a ruga entre as sobrancelhas se acentua, rio à toa...

Mas essa contradição entre eu e o mundo não deve passar nunca.

segunda-feira, 23 de março de 2009



Troque "memórias" por "dissertação" e você terá, mais ou menos, o quadro das minhas últimas semanas.

Não, eu não tive dificuldades para escrever as 80 e poucas (pouquíssimas) páginas da dissertação. O problema é o inferno astral para conseguir encadernar a fulana e marcar a banca. Porque, obviamente, quando você precisa de um serviço, a universidade está mudando de campus e aí... as coisas não funcionam no tempo previsto!!!!!!!!!!!!!!

Bem, quando eu mudar de casa, posso deixar de trabalhar e pagar contas, não? Vou usar o caso da Universidade como precedente.

sábado, 21 de março de 2009

Dívida

Tem coisas que eu leio que me dão vontade de pegar o autor, beijá-lo calorosamente e dizer "puxa, você pegou o ponto!".

Claro que alguns autores me intimidam um tanto. O Gaiman, por exemplo, apesar de simpaticíssimo, me deixou completamente estupificada. Com o Contardo a coisa funcionou melhor, apesar de eu não ter chegado à ousadia dos beijos.

Bem, na minha cabeça torta, vai se constituindo um saldo em favor dos ditos autores. Ora, aconteceu de novo e a pobre vítima foi o Xico Sá, no caderno de esportes da Folha. Adorei "A beleza da firula inútil", de ontem. E já tinha adorado "A volta triunfal do corvo", com as honrosas citações à minha cidade e a Mr. Edgar.

O complicado com o Xico é que eu gosto de vários textos dele, que fui lendo no correr dos anos (!!!!). Descobri a coluna esportiva há poucas semanas, mas, acompanho o blog (http://carapuceiro.zip.net/), já vi umas coisas em revistas...

Enfim, ando devendo muito por aí.

quarta-feira, 18 de março de 2009

mono no aware


Esse foi o livro da semana passada, emprestado pela Adriana. Não achei um graaaaaande livro, mas, simpatizei. Pode ser porque fala de assuntos que andam fazendo parte dos meus dias nos últimos tempos: sincronicidade, física quântica, a tristeza das coisas.

Comentei isso com um amigo há um tempo atrás: a dor que a vida nos causa, sem nenhum evento especial. Como se uma sensibilidade especial nos fizesse doer. Descobri nesse livro que os japoneses têm um nome pra isso: mono no aware.

:)

terça-feira, 17 de março de 2009

17 de março

Os mortos fazem aniversário. Fazem.

É involuntário mas a gente pensa "hoje, ele estaria fazendo 43 anos". Continuamos contando os anos para quem não os conta mais. Imaginamos a vida tendo seguido: o que estaria fazendo, como se relacionaria com os filhos agora adolescentes, se teria morrido de outra causa em outro momento. Se seu desajustamento a esse mundo continuaria...

E como a vida é cíclica, o jornal do dia traz a notícia de um morto por atropelamento na Rodovia Anhanguera.

segunda-feira, 16 de março de 2009

How could somebody forget in such a short time?

"...this person has no idea what it is to be a kid. How could somebody forget in such a short time? And I promised myself I wouldn't forget and I don't think I did forget." Neil Gaiman.

Um dia, no ônibus urbano, viajavam mãe e duas filhas de 07 e 05 anos aparentemente. Quase no final do trajeto, a mãe despediu-se das crianças e desceu, recomendando às meninas que seguissem "direitinho" até 08 pontos depois, onde um parente as apanharia. De fora do ônibus, a mãe acenou preocupada com o restante da viagem.

Mas eu, quando desci, só me dei conta das meninas de mãos apertadas umas nas outras e chorando em silêncio, pelo tempo que aquela viagem durasse. Ou mais.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Cineminha ontem, Woody Allen e o mais-que-tudo-de-bom Javier Bardem.

É o segundo Allen que assisto nos últimos anos e fico com aquela sensação de "querer mais". Parece que falta alguma coisa. Ficamos pensando - eu e minha comparsa de teorias - que Almodóvar tornaria a coisa bem mais interessante. Guy Ritchie, mais confusa e engraçada. Se a gente pensa que outro diretor faria melhor...

No fim, nem gostei nem desgostei, o que me parece pior que ter detestado.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Ou não...

Essa coisa de nome sempre me incomodou. Provavelmente porque o meu não é nada simples e as pessoas erram o tempo todo. Por conta disso, sempre sou cuidadosa com o alheio e, ofensa das ofensas, nos momentos de ira nem consigo dizer o nome dos meus desafetos - "fulaninha", "aquele fulano"...

Eu acho mesmo que a gente devia ter um nome provisório, dado pelos pais, que poderia ser mudado na vida adulta. Afinal, só eu posso saber como quero ser chamada. No meu caso, por ANA.

Então, Ana é meu nome verdadeiro e o outro é apenas o nome que meus pais me deram. Simples assim.