sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ironia

Eu estava lendo "Sentimento", um conto de Charles Dickens, quando me ocorreu a ideia de "presentes" de Natal para os meus amigos.

Aí, acabei relendo Dorothy Parker, que me lembrou Jane Austen.

Dizer que ingleses são irônicos é redundância. Mas, anos atrás, quando comecei a ler Jane Austen me surpreendi: ela nasceu em 1775, mulher, numa sociedade que privilegiava o primogênito. E é de uma ironia que beira o sarcasmo.

Pra quem viu os filmes, a cena inicial de "Razão e Sensibilidade" entre Fanny e o novo Sr. Dashwood dá uma medida da habilidade de Austen. Ou todas as cenas com o Sr. Bennet, em "Orgulho e Preconceito". Muito, muito bom.

Charles Dickens. "Um conto de Natal" e "Um conto de duas cidades" não têm nada de ironia. Mas, suas "short stories" são quase cínicas! "Sentimento", "Horácio Sparkins" e "Mr. Minnus e seu primo" são minhas favoritas: retratos divertidos e mordazes dos pretensiosos novos-ricos ingleses.

Dorothy Parker. Essa nasceu nos Estados Unidos e teve seu apogeu literário nos anos 1930. Não conhece nada? Corra e compre um livro agora, especialmente se você for mulher: são contos tragicômicos, que captam com precisão nossas incoerências. Um poeminha para ilustrar:

"Príncipe, uma lição lhe dou,
Cunhada no Éden e que jamais envelhece,
Fuja de festas, e evite o zôo -
Mulheres e elefantes nunca esquecem."

Diversão garantida ou seu dinheiro de volta.

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