quinta-feira, 30 de abril de 2009

Armagedon

Quando tinha 12 anos considerava seriamente a hipótese de o mundo acabar até o ano 2000. Era 1984, a Guerra Fria era realidade e eu pensava, triste, que morreria antes dos 30.

Esse tempo passou, o mundo mudou e esse assunto não me ocorreu mais. Até uns dias atrás, quando li "Belas maldições", o péssimo nome em português de "Good Omens", de Neil Gaiman e Terry Pratchett.

O livro é muito engraçado, com tiradas impagáveis que apenas dois ingleses pensando juntos pode produzir. Como sempre que se trata de Mr. G., as referências também são precisas. Tive que ir à fonte, o Apocalipse de João, ler a passagem dos Cavaleiros.

Minha impressão: não tem Cavaleiros cavalgando pelos céus, não considero que "o fim está próximo", mas...

Menos pirotecnia, mesmo resultado.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

À tarde

Sexta-feira, 17h15. Daqui a pouco coloco a música da sexta (Vertigo - U2), o sinal para que o fim-de-semana comece no escritório.

Mas agora olho um lindo céu de outono, ouço as buzinas da rua tão altas aqui no alto (estou no 15º andar), toca "For your babies", uma música que me parece bem outonal.

Esse ano o outono chegou no seu tempo na minha cidade. Manhãs e tardes friazinhas, dias de céu glorioso e as noites... ah, aquelas noites de outono e inverno, escuras, me lembrando sempre San Juan de La Cruz.

Depois de algum tempo comecei a me dar conta dessas mudanças nas estações: a luz dos dias, a cor do céu...

Feliz assim.

Ainda ela

E aí o maravilhoso Contardo falou sobre a Susan. Dá pra ler aqui: http://contardocalligaris.blogspot.com/2009/04/i-love-susan-boyle.html

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Susan Boyle

Li sobre essa mulher no jornal, fui lá no YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=j15caPf1FRk) conferir e fiquei emocionada.

OK, ela é feia. Mas, isso não é critério pra nada na minha vida: "não inflói nem diminói" no meu julgamento. OK, a voz dela é uma beleza. Mas, tem bastante gente com voz bonita no mundo.

O que me comoveu mesmo foi o "conjunto da obra": aquela mulher feia, cantando aquela específica música na frente de platéia e jurados hostis. Aquela música, que fala sobre a vida que se sobrepõe aos sonhos. E ela lá, reafirmando o seu sonho.

Não foi à toa que um dos jurados - o de sensibilidade mais acurada, na minha opinião - disse "você é um tigre, não, Susan?"

Foi essa coragem que me comoveu.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mais tarde...

Li a coluna do Contardo no mesmo jornal e ele comenta essa mesma novidade. Vale a pena ler.

Provavelmente amanhã já deve estar disponível em http://contardocalligaris.blogspot.com/

Para não esquecer

A notícia está na coluna da neurocientista Suzana Herculano-Houzel na Folha Equilíbrio de hoje:

"O neurocientista Yadin Dudai, do Instituto Weiszmann, em Israel, descobriu o que muitos considerariam uma possibilidade de tratamento miraculoso: uma substância capaz de apagar memórias, mesmo as antigas e que em teoria já estariam 'consolidadas' no cérebro.

A droga chama-se ZIP e bloqueia uma enzima implicada nas mudanças celulares que possibilitam a formação de memórias. Aplique ZIP no córtex de um rato e suas memórias antigas parecem sumir instantaneamente - como um disco rígido reformatado.

Há empecilhos práticos a serem considerados, claro. Os efeitos 'removedores' da droga parecem ser vastos, e ainda não se sabe quantas memórias se perdem além daquela que foi testada. "

Foi curioso saber disso exatamente hoje, quando por volta das 08h lembrei de algumas das situações mais tristes dos meus últimos anos.

Fico pensando: que espécie de pessoa seríamos se apagássemos as lembranças tristes? Eu me lembro de uma cena em que Frankenstein (Robert de Niro) se queixa ao Dr. Viktor dizendo que tem dores, preferências e aptidões cuja origem desconhece e que isso o deixa sem história.

Eu prefiro minha história TODA.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"Ele não está tão a fim de você"


O filme do feriado passado. Não gostei.

Até dá pra rir e algumas cenas no início lembram o sarcasmo do livro, mas, os bons sinais duram pouco: logo a história descamba para a comédia romântica. Adoro comédia romântica. Ficções felizes fazem parte do meu repertório.

O ponto é que esse filme vai na contramão do livro: reforça todas as bobagens a que nos apegamos para não enxergar que ele simplesmente não está a fim da gente! Hunft!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Aleluia!

Então os céus se abriram, os anjos entoaram "aleluias" e eu entreguei minha dissertação na Universidade!!!!!!!!!

Campus novo, tudo reluzindo, asséptico, sem árvores... Eu gostava tanto, tanto de ver a florada dos flamboyants nos momentos devaneantes das aulas.

Agora a banca, em 12/05. Freeeedom!!!!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Orgulho, preconceito e suspiros

Então falei de "Orgulho e Preconceito" e fiquei com faniquitos de ver a versão da BBC, com Colin Firth interpretando Mr. Darcy.

Caça, caça, caça e acho no YouTube as duas versões de minhas cenas favoritas. A dança entre Darcy e Elizabeth e o momento em que ele declara seu amor: 1995, para BBC, e 2005 com Matthew MacFadyen para cinema.

Tenho que admitir, apesar de gostar muito de Colin Firth: a versão de 2005 é melhor. Assisto e suspiro, nas mesmas cenas, de novo, de novo e de novo.

Maldita Jane!

Persuasão e uma casa no lago

Li "Persuasão" há umas duas semanas. Gostei, apesar de meu preferido ainda ser "Orgulho e Preconceito". É o último Jane Austen da minha lista. Pra ler a obra completa, tenho que enfrentar Northanger Abbey em inglês. Vai demorar...

Bom, aí tive que assistir "A casa do lago". Explicando: "Persuasão" é o romance favorito da personagem de Sandra Bulock.

Vi esse filme no cinema e umas duas vezes em DVD. Nem gosto tanto, mas, como todo enredo que cita paradoxos no tempo, esse me intriga. Fico tentando encontrar alguma verossimilhança na história...

Conclusão: domingo à tarde não é um bom horário pra esse tipo de filme. Não com aquela casa, aquele cão, aquele homem interessante e interessado.

Maldita Jane Austen!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mudar ou Morrer

Último arco de Sandman, "Despertar", onde se assiste ao funeral de Morpheus.

Sempre me perguntei qual seria minha escolha se estivesse no lugar de Galileu: negar o que descobri ou continuar vivendo. Por muito tempo, pensava que seria melhor morrer.


Nos últimos anos minha percepção mudou: a Terra não deixou de se mover porque Galileu salvou a própria vida e o tempo se encarregou de mostrar quem estava certo.

Mas, quanto é possível mudar sem morrer?

Isso me lembra essa história aí do outro lado: " O Mercador de Veneza", com Al Pacino no papel de Shylock.

As primeiras críticas ao filme davam conta dos protestos da comunidade judaica sobre o tratamento dado a Shylock. Bem, a história é como é, desde que Shakespeare - um cristão - a escreveu. Na minha opinião, nada a fazer a respeito. E eu, quando vi essa versão, fiquei comovidíssima com Shylock.

Para quem não sabe, perdendo a batalha jurídica contra Bassanio e Antônio, Shylock deve escolher entre a vida e sua fé, o judaismo. Ele escolhe batizar-se e continuar vivendo.

A cena final de Shylock, à porta da Sinagoga, excluído voluntariamente daquilo em que acredita é, pra mim, das mais tristes do filme. Porque, nesse caso, me parece que não há vida possível. Não quando negamos aquilo que somos.

Ser judeu era parte daquilo que definia Shylock. Morpheus é sua crença sobre responsabilidades. Pessoalmente? Estou com Mr. Sandman: eu morreria.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Reverendo Bono Vox

Sexta-feira, 17h40, quando os programas começam a travar e sua impressora coloca o lado criativo DELA para funcionar, só ele é capaz de promover um desencapetamento total!

VERTIGO!!!!!!!!!!!

O Circo

Toda empresa séria no mundo contemporâneo já se deparou com essa decisão importante: manda cercar ou manda cobrir? Se cercar, vira hospício e cobra pra sair. Se cobrir, assume que é circo e o ingresso é pra entrar.

Aqui no escritório já resolvemos esse intrigante dilema do mundo corporativo: aproveitando os talentos individuais de nossa equipe e a localização geográfica privilegiada, a gente cobriu.

Atrações: Sofia, a palhacinha. Cláudio, nosso mágico. Mariano, o homem-bomba (e chefe) e essa que vos fala, a atiradora de facas. Estamos trabalhando na contratação do doido do quarteirão para equilibrista e homem-que-cospe-fogo.

Local: a cobertura onde, há alguns anos, se podia comprar de tudo, até amor sincero (thanks, Xico!).

Espetáculos de segunda a sexta, das 08h30 às 17h30 com intervalo para almoço.