quinta-feira, 27 de outubro de 2011

o outro

Depois do post de ontem, fiquei me perguntando se a propaganda podia - nesses tempos de patrulha da chatice - ser considerada ofensiva. Afinal, o gigante se levanta e sai mar afora. Em certo sentido, "dá as costas ao país".

À noite, em casa, vi "Bem Vindo", o filme francês sobre o professor de natação que decide ajudar, a princípio a contragosto, um imigrante iraquiano que quer chegar à Inglaterra atravessando o Canal da Mancha. O filme me lembrou "Um conto chinês", em que um argentino, também contrariado de início, ajuda um chinês a encontrar sua família.

Nos dois filmes, a abertura para o outro transforma a vida dos protagonistas. A disponibilidade para ver e conhecer o outro, saber dos amores e dores dele, suas razões e incoerências, os torna mais e mais humanos.

Então, quando o gigante sai para o mundo, dá pra dizer que é o país que tem se colocado internacionalmente de maneira mais destacada. Mas, também dá pra entender que essa pode ser a nossa salvação: sair de si, enxergar o outro, onde quer que ele esteja.

Em tempo - e não podia faltar: que país é esse que pune a fraternidade? Aquele mesmo, que pouco mais de 200 anos atrás colocou esse lema para o mundo - liberdade, igualdade, fraternidade? Que triste.

Um comentário:

cidissima disse...

Cheguei a conclusão de que alguns olhos veem, outros vão muito mais além.
A análise não se restringe a uma só interpretação. É preciso viajar nas outras hipóteses. Eis a conotação!
É por tudo isso que há pessoas que analisam de maneira ampla. Têm o poder de persuasão. Outras não atingem este patamar.

Jú, parabéns pela atual postagem em forma de explicação da anterior!

Cida