quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Eita!

Olha isso: participei de um concurso em julho. Não tinha grandes esperanças porque não tinha estudado muito. Depois de fazer a prova, saí pensando que não tinha sido tão difícil e que seria legal alcançar pontuação suficiente pra ter a redação corrigida. Quando conferi o gabarito, vi que minha redação seria corrigida e pensei que seria legal ser “aprovada”. Pois hoje saiu o resultado e fui aprovada, mas fiquei em 482º lugar.

Percebeu o mas? Eu achava que seria reprovada de primeira, sou aprovada e coloco um MAS...

Aff, atingir meu nível de exigência é impossível.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ufa!

É que ando preparando coisas para um trabalho novo, estudando para o trabalho que quero e planejando umas férias - que ninguém é de aço!!!!

Pois é, estou querendo ir pra Pernambuco em novembro. Recife, Olinda e uma passadinha em Caruaru, a princípio. Tenho vontades de Recife há anos: lugares, coisas e o bolo de rolo!!!!

Acho que isso, por enquanto.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Na Folha de hoje...

O matemático Alan Turing, morto em 1954 aos 41 anos, é considerado por muitos o pai da ciência da computação e da inteligência artificial. Ainda nos anos 1930, provou que não há instrumento capaz de fazer qualquer tipo de cálculo e lançou o conceito de uma máquina que conseguisse fazer todos aqueles que fossem possíveis, seguindo instruções humanas.

Em 1938, Turing foi recrutado pelo departamento de análise criptográfica do governo. No ano seguinte, quando estourou a Segunda Guerra Mundial, ele passou a dedicar-se integralmente ao projeto, conduzido secretamente na mansão de Bletchley Park, em Buckinghamshire, perto de Londres.

Foi Turing que conseguiu decifrar o código da máquina de criptografia Enigma, que a Alemanha de Hitler usava para mandar mensagens militares cifradas durante a guerra. Graças ao sistema de decodificação que ele criou, o Reino Unido passou a interceptar as mensagens e localizar os submarinos alemães, atacando-os e revertendo o avançar da guerra. Mas seu trabalho era secreto, e os feitos de Turing passaram sem aclamação na época.

"Alan Turing foi o maior cientista da computação já nascido no Reino Unido. Ele era também gay", diz o texto da petição enviada ao premiê Gordon Brown que exige que o governo britânico reabilite a memória de Turing e se desculpe por tê-lo submetido a um tratamento hormonal que acabou por levá-lo ao suicídio. A petição já computa quase 4.000 assinaturas em duas semanas, ficará aberta para assinaturas no site do governo até janeiro de 2010, porém, apenas cidadãos britânicos podem assinar.

Em 1952, quando o matemático foi preso, ser homossexual era crime. A alternativa à prisão era a castração química -e Turing aceitou receber injeções de estrógeno para neutralizar sua libido. Mas as aplicações do hormônio sexual feminino deformaram-lhe o corpo e desequilibraram seu organismo.

Publicamente humilhado, o matemático perdeu o acesso de segurança aos laboratórios onde trabalhava porque, sob a mentalidade da Guerra Fria corrente, homossexuais eram alvo fácil de chantagem - logo, uma brecha na segurança. Dois anos depois, Turing morreria ao comer uma maçã envenenada, no que foi declarado suicídio.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Antes de morrer eu quero...


Essa é a ideia desse site: http://beforeidieiwantto.org/

Gosto muito de passar por lá de vez em quando e ver o que as pessoas andam dizendo. Não fiz um levantamento estatístico, mas, me parece que a maioria quer viajar, ter uma família e/ou um amor, realizar seus projetos pessoais - excursionar com sua banda, publicar um livro, estar entre os melhores no seu esporte favorito... Pouca gente diz que quer ganhar dinheiro ou ser rico.
Como a mulher aí do lado, também quero ver as cerejeiras em flor, mas, não precisa ser no Japão. Quero ver um campo de trigo e sentir o perfume de um pomar de macieiras. Mas, se eu fosse fotografada nesse projeto, essa seria minha resposta:
"Antes de morrer eu quero ver um campo de lavandas florescendo." Só isso. Ou, tudo isso.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A um jovem terapeuta

"Em suma, muito mais do que a vontade de ensinar os outros e mexer com suas vidas, é importante como já lhe disse, a aceitação carinhosa da variedade das vidas com todas as suas diferenças.


Sei como esse carinho se manifestava em mim, quando era ainda criança. Sobretudo aos sábados, eu voltava para casa, do cineclube de meu colégio, no fim da tarde. Em Milão, já era noite. Caminhava devagar, olhando para cima; gostava de ver as janelas iluminadas, a cor das cortinas, o brilho dos lustres, a luz trêmula dos primeiros televisores branco e preto. No verão, chegavam aos meus ouvidos o tilintar das mesas que estavam sendo postas e das cozinhas, alguns gritos, chamados e mesmo pequenas brigas, música e vozes do rádio. Eu ficava nostálgico daquelas existências, que imaginava, ao mesmo tempo, parecidas com a minha e diferentes. Sentia pena por todas as vidas que eu não viveria e uma certa alegria, porque pensava que, de todas, no fundo, eu podia reconhecer ao menos o barulho e o cheiro que me eram estranhamente familiares.


Mais comum do que o gosto pelas janelas iluminadas, a paixão pela literatura é, geralmente, sinal do mesmo carinho e da mesma aceitação diante da variedade das vidas. Detalhe: o amor pela literatura pode ser, indiferentemente, amor pelos autores de cordel ou pelos clássicos, mas é sempre amor por muitos livros."


Contardo Calligaris, "Cartas a um jovem terapeuta"

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Na cidade


Essa era a nossa estação de metrô, West Brompton. Aqui tem uma foto bem parecida, junto com um mapa.

O hotel ficava a meio caminho de duas estações, mas, essa era a mais usada e mais charmosa. Quatro quarteirões "paulistas" de caminhada, passando por uma escolinha infantil, pontos de ônibus, prédios de apartamentos, a barbearia do Louis, um açougue, vários pubs e lojinhas, um café que nunca tinha cheese cake, apesar de anunciar.

Eu gostava muito disso: de subir e descer a Lilly Road, vendo as pessoas, a mão inglesa, os carros. De ouvir música clássica na estação. Dos dias de sair antes das 09h e das noites de chegar depois das 23h.

Como responsável pelas rotas, descobri feliz que todas as informações que vi na net estavam corretas. Mais: que o London Tube aceitava o Visa Travel Money para comprar o Oyster, o bilhete mágico do metrô londrino. Melhor: que eles guardaram o guia que minha amiga esqueceu no balcão.

Mais do que os lugares pra turistas, é isso que me atrai nas viagens: ver como a vida cotidiana pode ser variada. E como, apesar disso, somos tão iguais.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Londres

Quase um ano que essa foto foi feita e vai dando saudades do lugar e faniquitos de viajar, viajar, viajar.

Olho o blog de Mr. G e ele fala de um texto seu que está disponível na BBC, a partir de um poema de William Blake.

O nome soa familiar, leio o poema, leio outro, mas, não consigo lembrar de onde vem a familiaridade. Até ver as imagens que o Google listou. Lá está o "Red Dragon", que aparece no filme (óbvio) "Dragão Vermelho". E está a imagem de Newton que inspirou essa estátua.

Feito! Lembrei de onde "conheço" Blake: pinturas, não textos.

E a foto é de um dos meus lugares mais felizes em Londres: a Biblioteca Britânica.

London
William Blake

I wander through each chartered street,
Near where the chartered Thames does flow,
And mark in every face I meet,
Marks of weakness, marks of woe.

In every cry of every man,
In every infant's cry of fear,
In every voice, in every ban,
The mind-forged manacles I hear:

How the chimney-sweeper's cry
Every blackening church appalls,
And the hapless soldier's sigh
Runs in blood down palace-walls.

But most, through midnight streets I hear
How the youthful harlot's curse
Blasts the new-born infant's tear,
And blights with plagues the marriage-hearse.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Por que Falsa Ana?

Às vezes o pessoal, especialmente quem me conhece pessoalmente, me pergunta "por que falsa-ana"? Bem, eu fiz uma explicação aqui, mas, dias atrás li uma crônica sob medida sobre o assunto. Esse é só um trechinho:

"O nome que escolhemos, ao contrário do nome que nos dão, revela a idéia que fazemos de nós mesmos e os projetos secretos que sempre tivemos para nossas vidas e o nome dado impedia."
Luis Fernando Veríssimo, que queria se chamar Oberon Frenegaz de Hoz e Malgavia.

Eu, ao contrário do Luís Fernando, escolhi um nome despretensioso, que ninguém confunda, simples (não composto). Ana. E só.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um dia de fúria


E eu, Charlie Brown quase sempre, vivo dias de Charles Bronson com notícias do Sarney e os comentários maravilhosos do Presidente Lula.


Todo mundo já sabe do principal e das bobagens lulianas. Mas, não sei quantos já viram essa iniciativa pela net: Greve de Bigode.

Vou postar minha foto logo, logo.

Em tempo: vamos assistir a primeira temporada de "Roma". A gente realmente começa a ter ideias sobre o Senado quando pensa na História.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Enfim um crítico foge da unanimidade burra em torno do filme "Harry Potter e o Enigma do Príncipe". Aleluia!!!!

"Entre os seis filmes da série 'Harry Potter' até aqui, 'O enigma do Príncipe' é aquele que se sustenta mais sobre os elementos dramáticos e menos sobre os fantásticos. A escolha vem sendo saudada por boa parte da crítica estrangeira como um sinal de maturidade da franquia. [...] Como se a fantasia fosse uma doença juvenil a ser superada pelo respeitável drama.

O filme troca algo em que a série é única - seu universo fantástico - por algo em que é absolutamente banal."

Esse é meu trecho favorito do comentário de Ricardo Calil, publicado no jornal "A Cidade" do fim de semana. Tem um outro texto dele sobre o filme aqui. Vale ler também os comentários, especialmente do Adriano Alves, que destaca um ponto importante na adaptação: as mudanças desnecessárias que comprometem a história.

terça-feira, 21 de julho de 2009

É sábado de manhã, estamos tomando café e meu amigo pergunta: "já leu alguma coisa de Rilke?".

Digo que apenas "A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristovão Rilke", traduzida por Cecília Meireles.

Então hoje ele manda um e-mail - coisa rara - com uma carta de Rilke a Margot Sizzo, em 06 de janeiro de 1923:

"Não devemos temer que nossa força não baste para suportarmos uma experiência de morte, nem mesmo a mais próxima e mais terrível; a morte não está acima de nossa força [...]."

terça-feira, 7 de julho de 2009

07 de julho


Era 1956 e essa mocinha tinha 15 anos. A vida saiu bem diferente do que ela sonhava.

Hoje, quando ela completa 68 anos, o tempo aumentou o peso, trouxe as rugas, clareou os cabelos. Levou pessoas. Dois filhos.

Mas quando dei os parabéns antes que ela fosse para a caminhada, o sorriso se expandiu. Ainda e apesar de.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A coisa mais legal...

... e a foto mais engraçada, tirada em 05 de julho de 2008, depois das 21h, em frente ao Restaurante Banana da Terra, em Paraty. Muita gente pode ter fotos de Mr. Gaiman, mas, nesse ângulo, acho difícil.

Na hora em que aconteceu não foi nada engraçado: eu tinha uma câmera não digital, dei a sorte de encontrar Gaiman sozinho e a máquina falhou.

Esse é o tipo de coisa que me faz gostar tanto desse inglês: ele não tinha almoçado, passou a tarde toda dando autógrafos, foi direto para a fala do Tom Stoppard, Maddy já estava dentro do restaurante. Fiquei parada, um pouco distante, vendo-o conversar com um casal, detestando paracer invasiva. Sem que eu fizesse qualquer movimento (ok, meus olhos deviam estar implorando), ele se virou para mim sorrindo.

Pedi uma última foto e me preparava para bater quando ele abriu os braços e disse "come on!", olhando em volta para pedir a alguém que nos fotografasse. Infelizmente, o cara disparou a câmera enquanto nos preparávamos para o abraço da foto. Depois disso, a máquina travou. Meu momento perfeito, de rosto coladinho no de Gaiman, ficou só na minha memória. E registrado em uma matéria que descobri meses depois, na net.

Acho que pra superar o posto de "coisa mais legal que já fiz", tenho que cantar "Sunday Bloody Sunday" no palco, junto com o U2.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dorine e André


"Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca."

De André Gorz para sua esposa Dorine em "Carta a D. - história de um amor", um livro pequeno, comovente e bonito.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Soldado Ryan

Assisti "O resgate do Soldado Ryan" no fim-de-semana, na esteira do "Band of Brothers". E não gostei.

Não costumo "seguir o script" de nada, então, ao contrário da maioria, só gostei do início do filme, das cenas do desembarque na Normandia. Aquelas mesmas, de sangue, suor e lágrimas.

Depois, quando começou propriamente o resgate do Ryan, meus neurônios ficavam insistindo em pensar que aquela história era muito inverossímel. As tropas aliadas na Europa tinham mecanismos de comunicação com seus comandos nos EUA. Por que, meu Deus, por que mandar um grupo de soldados pra fazer esse serviço? Para existir o filme, é a resposta.

Não consegui aceitar esse argumento porque não achei que a história contada valeu a pena. Que argumento piegas é esse de "faça ter valido a pena"? Como é que o Ryan conseguiu viver com isso? Se ajoelhando no cemitério, 50 anos depois, e tentando corresponder ao sacrifício daqueles homens???? Individualmente não consigo aceitar. Não aceito sacrifícios pela minha vida: o preço é alto demais.

E depois fiquei pensando que a guerra não avalia qual vida vale a pena e qual não vale. Nenhum dos lados faz esse juízo. O inimigo não é considerado de maneira individual, mas, na qualidade de representante de ideias que se pretende vencer.

Pra mim, num sentido religioso, filosófico e jurídico, toda vida vale a pena. Toda inclui até a vida do meu inimigo, daquele que me feriu. Não importa o destino ou as escolhas que o indivíduo faça. Toda vida, porque existe, tem o direito de cumprir-se. Se não for assim, se a regra comportar exceções, então qualquer vida pode ser questionada.

Essa é a beleza que vejo nos Direitos Humanos: ou são pra todos ou não protegem a ninguém.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Franz Kafka

Alguns autores me intimidam. Não. O que dizem sobre alguns autores me intimida. Fico achando que são herméticos demais e não vou conseguir acompanhar. Afinal, aqueles luminares da literatura gastam páginas e páginas tratando do quão inacessível o autor é...

Isso acontecia com o Kafka. Ao mesmo tempo, tinha muita curiosidade: tenho uma queda por artistas perturbados.

Mais ou menos aos 17 anos, li "Um artista da fome" e gostei muito. Fiquei impressionada com aquela história, mas, não consegui entender o que tinha me pegado. Senti que algo me escapava. Fui relendo o conto no correr nos anos, e essa sensação só se esclareceu recentemente.

Depois, um amigo me falou de "Na galeria", um texto muito curto (acho que dois parágrafos), mas, tão profundamente intenso que me parece uma vertigem.

Há uns dois anos, criei coragem e enfrentei "O processo". Foi difícil, em parte porque o texto não foi consolidado por Kafka. Em parte porque é tão absurdo que incomoda. Na época, conversando com um conhecido, ele comentou que não aguentou ler "O processo". Seu desconforto foi tão grande que abandonou a leitura. Gostei muito, de novo.

E essa semana, peguei "A metamorfose", uma das histórias mais tristes que já li. Tão preciso e incisivo.

Vou ficando, assim, leitora de Kafka, o autor hermético.

terça-feira, 23 de junho de 2009

David Lynch Interview Project


Gosto de David Lynch e esse projeto lembra "História Real", um filme mais 'normal' e bem bonito dele.

O que é o Interview Project? Uma equipe rodou 21.000 milhas por 70 dias entrevistando pessoas pelos Estados Unidos. Os vídeos - 121 - serão postados a cada três dias, durante um ano. Infelizmente, só em inglês. Mas, as pessoas falam devagar e mesmo que a gente não entenda tudo, o rosto delas, as músicas já valem a pena.

A apresentação feita por Lynch está em "About". "People told their histories. It´s so fascinating to look and listen to people." Também acho...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Imagens

Então aquela pessoa distante de quem eu estava sentido tantas, tantas saudades fez contato ontem e venho pro trabalho me sentindo feliz por nada, lembrando...

Gosto muito de ver as pessoas dormindo, dessa chance de olhar o rosto do outro de pertinho, desarmado. Nesse caso, os cílios longos, o nariz reto que adoro, os cabelos desordenados quando estão compridos. A respiração.

E depois tem você, que acordou mais cedo, sentada na sala com um livro quando a porta se abre e o ser aparece, mais descabelado ainda, com as pernas maravilhosas de fora, ajustando os óculos no nariz e dizendo "bom dia!", cheio de sotaque.

O fim de semana perfeito, feliz...

Jane e seus romances

Uma das coisinhas que fiz nesse findis prolongado foi ler "Abadia de Northanger", que faltava na minha bibliografia básica.

Esse foi o primeiro livro de Jane Austen, escrito em 1797. Apesar de aceito para publicação em 1803, acabou só vindo a público em 1818, após a morte da autora. Não é o melhor de Austen, na minha opinião, mas, já dá pra identificar vários elementos que apareceriam mais tarde.

Como estava à toa, relacionei as semelhanças nas obras da inglesa: Abadia de Northanger, Razão e Sensibilidade, Orgulho e Preconceito, Emma, Mansfield Park e Persuasão. Jane Austen desenvolve tramas paralelas, mas, em cada obra considerei um casal principal.

Mocinha em situação econômica desfavorável: Catherine Morland (Abadia de Northanger), Eleanor Dashwood (Razão e Sensibilidade), Elizabeth Bennet (Orgulho e Preconceito), Fanny Price (Mansfield Park).

Herói em situação econômica superior à da mocinha: Henry Tillney (Abadia de Northanger), Edward Ferrars (Razão e Sensibilidade), Mr. Darcy (Orgulho e Preconceito), Edmund Bertram (Mansfield Park).

Em alguns casos, o herói é um segundo filho e depende de terceiros para alcançar a renda suficiente para o casal, porém, ele é sempre, por família, mais rico que a mocinha. Knightley, de "Emma", é tão rico quanto ela. Frederick Wentworth (Persuasão) foge a essa regra e esse é, exatamente, o mote do livro: a superação das condições desfavoráveis que impediam seu casamento com Anne Elliot.

Pais amorosos, porém, displicentes em relação à educação das filhas: essa característica não aparece apenas em "Emma".

Cavalheiro de moral duvidosa: Frederick Tillney (Abadia de Northanger), Willoughby (Razão e Sensibilidade), Wickham (Orgulho e Preconceito), Henry Crawford (Mansfield Park).

Dama de conduta inadequada: Isabella Thorpe (Abadia de Northanger), Lucy Steele (Razão e Sensibilidade), Lydia Bennet (Orgulho e Preconceito), Maria Bertram (Mansfield Park).

Personagem mais velho que se opõe ao amor do casal: General Tillney (Abadia de Northanger), Sra. Ferrars (Razão e Sensibilidade), Lady Catherine de Bourgh (Orgulho e Preconceito), Lady Russell (Persuasão).

Colocadas dessa forma, as obras de Jane Austen parecem todas muito iguais. A essa idéia básica, porém, a autora agrega tramas paralelas. Além disso, reflete a sociedade inglesa da época com fidelidade e ironia: a sujeição da mulher, as injustiças provocadas pelo direito de herança, a superficialidade da vida social, a fragilidade dos laços familiares...

Jane Austen é considerada por alguns a segunda mais importante figura literária inglesa, perdendo apenas para Shakespeare. Não concordo. Pra mim, apesar de seus romances progressivamente se tornarem mais complexos, faltou tempo para Austen construir uma obra que supere Charles Dickens, por exemplo.
Mas, isso é questão de gosto, talvez.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Band of Brothers

"Mr Dolito ficou feliz quando dei para ele, nesse domingo, a série Band of Brothers. São seis DVDs sobre guerra. [...] Então, o negócio foi ver os tais filmes de guerra, que Mr Dolito insiste que têm história, mas que não têm história nenhuma do ponto de vista das mulheres, já que não sabemos se os soldados têm irmãs, namoradas, vizinhas, hobbies, animais de estimação... Enfim..." - Gisele Rao.


Bem, eu estou no quarto DVD e me controlando pra não virar a madrugada assistindo a série toda.

Não, não sou fanática por histórias de guerra. Acho que assisti dois ou três filmes sobre o tema. Lembro de "Guerra e Paz", "A conquista da honra" e "Cartas de Iwo Jima". Não vi "A lista de Schindler", nem "O resgate do Soldado Ryan". Segunda Guerra também não é meu momento favorito da História. Mas, fiquei curiosa sobre "Band of Brothers" depois de ler comentários na imprensa. Aí um amigo comentou e emprestou o pacote.


Sempre me pergunto como seria viver em um país em guerra e o que eu faria. Lutaria? Seria voluntária? Me juntaria ao "silêncio dos bons"? Como se sobrevive a uma guerra? Como conviver com as perdas, os horrores e as lembranças? Com suas atitudes e omissões?

Honestamente, não sei. Mas, ver "Band of Brothers" me faz pensar que a guerra é como um catalisador que faz aflorar a essência de cada um, além das aparências e simulações da vida social. Talvez situações extremas tenham essa capacidade e por isso nos surpreenda tanto nos defrontarmos com a covardia tão bem dissimulada do dia a dia.

Fico observando também como a guerra mudou desde a década de 1940. Como tornou-se sofisticada, distante e mais letal.

Quanto ao comentário da Gisele Rao que postei no início... melhor não replicar, né?

Crepúsculo - O final



Acabei de ler a série no feriado ou, pelo menos, os quatro primeiros livros. Fica faltando a versão de Edward do primeiro.

Como diz C.S.Lewis, leitores curiosos não se prendem a classificações etárias e boas histórias são bons livros, não importa que idade o leitor tenha. O que dizer sobre Crepúsculo, então?

Dá pra entender por que atraiu tantos leitores, especialmente adolescentes: histórias de amores impossíveis seduzem gerações há séculos. Se isso envolve um herói romântico byroniano, sucesso quase certo.

Mas, se a gente já leu um pouco mais, não dá pra ignorar o quanto os personagens são fracos e lineares. A história, previsível, apesar das reviravoltas. E quanto o último livro é "forçado".

No geral? Ruim. Eu leio livros ruins às vezes, pra passar o tempo, mas, eles não ganham lugar na estante, nem segunda leitura.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Feira, de novo

Quase toda terça, a partir do ponto em que desço do ônibus, ando pela feira da Marcondes Salgado por 05 quarteirões. Não faço esse caminho quando estou muito triste (tem que ser muito mesmo) ou se estou atrasada (muito atrasada).


Na maior parte dos dias não compro nada. Fico só olhando, cheirando e ouvindo. Às vezes, apreço alguma coisa, como as cerejas, que estão caríssimas nessa época do ano. Hoje, andava lembrando da cena de Hugh Grant andando por Portobello Road em "Um lugar chamado Notting Hill" e comprei 06 laranjas e 02 maçãs.


Gosto muito de laranjas. Muito, muito mesmo. Quando penso no assunto, concluo que é minha fruta favorita. Laranjas e sua versão facilitada, as tangerinas. Gosto de laranjas pequenas, de casca lisa e brilhante, como essas da foto. Minha mãe me ensinou a comprá-las assim, quando eu era criança e íamos na feira da Santo Antônio. Minha mãe sempre pedia pra provar uma e eu ganhava a "tampinha".


Depois tem as maçãs. Não gosto muito de maçãs. Quando eu era criança, só se podia comprar maçãs argentinas, que sempre me pareceram uma enganação: lindas, reluzentes e sem sabor. Mais tarde, passei a comer maçãs fuji ou gala, que até acho saborosas, mas, não são campeãs de preferência. Juntando o fato de que não como maçãs com casca, definitivamente não sirvo pra Branca de Neve.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Irmão Urso

"Kenai, o caçula dos três irmãos, está prestes a receber o seu totem - um símbolo revelado pelos Grandes Espíritos Ancestrais que ajudará a guiá-lo durante a sua vida. Quando Tanana (a xamã da tribo) dá a ele um urso esculpido - o símbolo do amor - Kenai fica profundamente desapontado. Ele esperava algo um pouco mais imponente - como o totem da águia (representando a liderança) recebido por seu irmão mais velho, Sitka, ou o totem do lobo (representando a sabedoria) de seu irmão, Denahi."

A vida pode sair completamente diferente do que você pensou.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Para Angélica, que vive na Flórida

"Hello, Angel-Mix, como vai???? Ah, que bom saber das suas notícias, as grandiosas e as pequenininhas... fazem a gente se manter pertinho.

Pra começar, essa cidade enfrentou um frio de 4°C hoje... consegue acreditar???? Tudo bem, tudo bem, foi de madrugada, mas, desde ontem tem feito frio (para nossos padrões, é claro) e usamos blusas o DIA TODO, mesmo depois que o sol surge. Não é espantoso? Sol E frio em Ribeirão?

Essa é uma coisa legal: os dias estão bem outonais aqui, o que significa céus muito azuis e aquela luz linda que só o outono tem. Às 17h30 a gente já vê a noite chegando e quando dá 18h a cidade está com as luzes acesas. Mesmo fora dessa frente fria, as noites estão mais frescas e a gente já consegue dormir com uma cobertinha. :)

Eu continuo no mesmo trabalho, pensando em uns concursos e estudando um tantinho. A principal "gandaia", como diria seu biso, é o Vila Dionísio. Você chegou a conhecer, não? Puxa, na antevéspera da minha banca, eles apresentaram uma banda cover do U2... Angélica, querida, eu me acabei de dançar e cantar (embromation, of course). Fiquei com a voz meio imprestável, mas, beeeem feliz.

A banca. Você recebeu meus e-mails e eu recebi os seus. Gostei muito das colocações do Ubaldo e da Rosa e o resto... foi o resto. O melhor mesmo é quando, sem razão aparente, eu me lembro de que acabei o mestrado: fico leve e feliz feito criança de férias.

Estou menos obsessiva com Mr. Gaiman, mas, recomendo enfaticamente que você leia. Se não puder ler Sandman, Neverwhere e Good Omens são boas opções também. Ah, e tem um filme dele que gostei muito: Mirrormask. Estou lendo agora a série "Crepúsculo". Não é grande coisa, mas, eu sempre leio algo meio sem noção, né?

O que mais? Estou fazendo uma coleção liiiiiiiiiiiiiinda dos Sermões do Padre Vieira. Os livros são uma beleza mesmo, Angel... eu pego e suspiro, SEMPRE. Adoro esse português prolixo! Também quero completar minha discografia do U2, e nessas duas obsessões se vai todo o meu dinheiro. Bem, mas eu podia estar matando ou usando drogas, não é?

Ontem fiz brigadeiros pra comer vendo TV e lembrei de você.

Muitos beijos,"

terça-feira, 2 de junho de 2009

Comentando o comentário...

O último post recebeu um comentário dizendo que eu fui uma criança encantadora e que é uma pena não ter muitas fotos dessa fase... Bem, por amor à verdade, é preciso esclarecer algumas coisas.

"Encantadora" não é exatamente a palavra com que eu seria descrita na infância. Solitária, esquisitinha e feia está mais perto da verdade. O que nos leva à questão do número reduzido de fotos.

Depois que meus pais tiveram certeza de que eu "vingaria" (havia dúvidas sobre minha capacidade de sobrevivência nos primeiros anos...), eu ainda era TÃO feia que eles evitavam tirar fotos. A teoria é minha: meus pais não admitem. Nem negam.

Outro dia posto aqui uma das poucas provas: uma foto minha, aos 2-3 anos, com minhas irmãs. Sempre me lembra aquelas fotos de astronautas americanos com extraterrestres. Eu sou o ET, obviamente.

Portanto, apaguem as imagens felizes de garotinhas encantadoras e delicadas. Esse passado não me pertence. Simples assim...

sábado, 30 de maio de 2009

30/05/1979

Minha irmã fazia 15 anos e eu ajudava a soprar as velinhas.

Das pessoas da foto, só me lembro do rapaz de óculos (Alexandre) e do homem com a mão na cintura (Domingos). Eram nossos vizinhos.

Fazia um frio do cão, como se pode perceber pelas blusas. Eu gostava absurdamente desse capuz verde: me sentia um pouco chapéuzinho vermelho repaginada. A blusa vermelha por baixo era um "collant". Estilo não era o forte desse tempo.

Olho a foto, penso em Ana Clara que tem agora 15 anos e fico um pouco triste. Não é mais o desespero dos primeiros meses: só a falta que me fazem os ausentes.


Ausência
Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Possibilidades

"A gente se acostuma com os cantos por onde anda e com as pessoas com quem convive, com nossas condições de vida e valores. A gente se acostuma com os próprios costumes e vai cultivando, assim, uma espécie de cegueira. Não vê que a vida é múltipla, irregular, e que os homens são criaturas que protagonizam novidades infinitas."

Isso está na coluna de Dulce Critelli, na Folha Equilíbrio de hoje.

Gostei muito da frase, exatamente porque gosto da variedade da vida. Por isso gosto de feira, de andar a pé pela cidade, de ir ao Centro no sábado pela manhã: todas aquelas pessoas e suas cores, escolhas e histórias.

O Centro da minha cidade - da maioria das cidades, eu imagino - é tão interessante: gente vendendo raízes milagrosas, pregadores, famílias com suas melhores roupas, crianças e velhos, estudantes realizando uma pesquisa qualquer, cegos vendendo bilhete, pobres pedindo, moradores de rua... e a lista pode seguir ao infinito. Ao infinito, porque a diversidade humana é ilimitada.

Gosto de andar olhando essas diversidades e imaginando minha vida daquele jeito: vivendo na rua, sendo homem, evangélico, policial, o louco da esquina... Em mim vivem todas essas possibilidades. Eu fiz algumas escolhas, que permitiram essa versão da minha história. Muitas outras não foram vividas.

Costumo pensar em outras profissões: se eu trabalhasse na saúde, por exemplo, preferiria ser enfermeira à médica. Arquiteta, em lugar de engenheira. E não tenho por certa minha sanidade ou o respeito à lei. Não estou segura se, com o estímulo certo, não seria capaz de matar, morrer ou enlouquecer.

Como se eu fosse um caleidoscópio: um giro e sou essa. Outro giro e mudei. Mas, sempre eu, assente sobre os mesmos pés.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Saudades

Hoje foi difícil encontrar a imagem certa para o fotolog. Ou não: eu queria a foto de um amigo ausente, mas, ela não estava disponível e aí, nenhum outra servia.

Acabou sendo a capa de "Lua Nova", o livro da série de Stephenie Meyer que estou lendo essa semana e fez sentido depois: "Lua Nova" é a história de uma ausência, de uma saudade, pelo menos até onde li.

E ando com saudades imensas de Ana Clara, que me emprestou o livro, e Ana Júlia. Não as vejo há quase seis meses (SEIS!!!!) e os dias se vão tão depressa, a vida delas muda tão rapidamente que a distância me dói ainda mais fundo.

Saudades também de Philipp e essas são sem remédio, me parece. Sonhar só aumenta a ausência, só faz a falta ainda maior. "E não sei onde estás, nem com quem"...

Falando em russos, tem também umas saudades menores de um amigo que deve ter viajado para lá por esses dias. Essas são levezinhas porque nos vimos há um mês apenas.

É que a gente vai repartindo o coração entre esses afetos e tem dias em as partes faltantes começam a doer. Mesmo que tenhamos um pedaço do coração do outro conosco.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Livros

O caderno de tecnologia - ou informática - do Estadão falou novamente sobre o fim dos livros. Eu leio, olho minha pequena biblioteca, as aquisições (03) deste mês e fico pensando nesse mundo futuro em que vou viver.

Será que eles deixam de existir? Será?


Eu adoro o objeto "livro". E acho que quem gosta de ler, é assim como eu: gosta mais do que da história, gosta do virar de página, do fechar o livro extasiado/emocionado/indignado. A concretude do objeto nos seduz. Dá até pra reconhecer o tipo: nos reunimos nas livrarias, nos finais de semana, olhando, manuseando, "namorando" esses objetos do desejo.


Então me ocorreu se a nova geração se prenderia mais ao conteúdo do que à forma. As leitoras que conheço na faixa dos 15 anos desmentem o argumento: apesar de lerem versões digitais ou emprestadas, compraram seus próprios exemplares das histórias favoritas.


Um mundo sem livros não é um mundo sem histórias, e me lembro de Fahrenheit 451 na versão de François Truffaut quando penso nisso. Mas, pra mim, um mundo sem esses objetos do sonho (e Mr. Sandman tem uma vasta bibioteca pra provar o que estou dizendo) vai ser um tanto mais triste.


(Na foto, a minha linda nova edição dos Sermões do Padre Vieira)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Distante

Andei bem ausente, mas, os dias estavam tão cheios esse mês, finais de semana trabalhando... entreguei os pontos, confesso!

O que tenho feito? Me rendi a duas curiosidades que me acompanhavam há tempos: lendo a série "Crepúsculo" e ouvindo Leonard Cohen.

"Crepúsculo" foi aparecendo na mídia, minha sobrinha leu compulsivamente, o filme saiu e eu resistindo. Acho que parte era desconfiança com as unanimidades, parte eram leituras acumuladas, o fim do mestrado...

Estou no segundo volume - Lua Nova - e achando melhor que os primeiros Potters, por exemplo. A ver no que vai dar.

Leonard Cohen: em algum filme ouvi músicas dele, com outros intérpretes. Aconteceu de novo. Aí começaram as notícias na imprensa porque ele saiu em turnê recentemente. Well, me rendi: baixei as músicas do Live in London.

Que voz é essa? Espetáculo!!! Me lembra Nick Cave, que gosto muito, com um repertório... diferente.

Ouvindo essas músicas, lendo esses - e outros - livros, vivendo esse outono tão bonito na minha cidade, libertada do Mestrado: AMÉM!!!!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

12 de maio, 10h

Esse é o exato momento em que minha irmã faz falta: ela cá estaria ou se teria feito presente por flores exuberantes e um bilhete em que diria ter certeza do meu sucesso estrondoso.

Esse é o momento de que falou Saint-Exupéry, em que ela se rouba, em sua inteireza, ao meu abraço.

sábado, 9 de maio de 2009

Tudo novo de novo



Ando assistindo a essa série, que passa às sextas, na Globo, depois do "Globo Reporter" e gostado bastante.

Clara e Miguel não são deslumbrantes, não usam roupas espetaculares, ela repete acessórios... Isso os torna muito comuns, verossímeis, próximos, e gosto dessa sensação.

O episódio de ontem, pra mim, foi dos melhores, especialmente pela forma como abordou um tema espinhoso: aborto. Cuidado, solidariedade feminina, liberdade de escolha foram a marca. Muito bom.

Acho que o melhor é que "Tudo novo de novo" mostra uma vida de verdade, em que as coisas dão absurdamente errado, coincidências irreais acontecem, as pessoas têm medo, celulite, barriguinha. E podem ser felizes assim mesmo.

Confesso: fico esperando a hora da coisa começar, nas últimas semanas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A semana

Deeeeeeeeeeeus, que semana!

Começo de mês e meia dúzia de prazos a cumprir. Mais banca na próxima semana (aleluia, Senhor!), trabalho no sábado, U2 cover no domingo... e todas as "pessoas literais" do mundo querendo falar com você.

Pessoas literais: aquelas que recebem um panfleto "Reserve sua agenda!" e ligam perguntando se é para escrever o evento na agenda delas. Sim, ainda existe gente tão simplória. De verdade. É tão inusitado que você pensa que estão gozando com a sua cara. Não estão.

E amanhã, evento fora do escritório. Quem me conhece sabe que eu adoro palco, discurso e ter que aparecer enfatiotada. Jaysus!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Cartas

Terça passada João Pereira Coutinho falou sobre o desaparecimento das cartas em sua coluna na Folha. Uma série de coincidências antecedeu e sucedeu esse fato.

Eu havia recebido uma carta de duas ou três páginas no final de semana. Ando folheando as cartas de Vincent Van Gogh a seu irmão Theo. No Valor Econômico de quinta publica-se a resenha de um livro de cartas de amor (ao lado da resenha de um livro do João Coutinho!!!).

Na sexta à noite, abro aleatoriamente o livro de Van Gogh e leio essa carta, de 1882:

"Quero fazer desenhos que impressionem certas pessoas. [...]

Seja na figura, seja na paisagem, eu gostaria de exprimir não algo sentimentalmente melancólico, mas uma profunda dor.

Em suma, quero chegar ao ponto em que digam de minha obra: este homem sente profundamente, e este homem sente delicadamente. Apesar da minha suposta grosseria, você me entende? Ou precisamente por causa dela.

O que é que sou aos olhos da maioria - uma nulidade ou um homem excêntrico ou desagradável - alguém que não tem uma situação na sociedade ou que não a terá; enfim, pouco menos que nada.

Bom, suponha que seja exatamente assim, então eu gostaria de mostrar por minha obra o que existe no coração de tal excêntrico, de tal nulidade. [...]

Ainda que frequentemente eu esteja na miséria, há contudo em mim uma harmonia e uma música calma e pura. Na mais pobre casinha, no mais sórdido cantinho, vejo quadros e desenhos. E meu espírito vai nesta direção por um impulso irresistível."

Ontem copiei esse trecho em uma carta, para enviar a uma amiga. Que me ligou pouco depois para confirmar meu endereço: está me enviando uma carta, com algum material sobre... Van Gogh.

Vida cíclica. Sincronicidade.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Armagedon

Quando tinha 12 anos considerava seriamente a hipótese de o mundo acabar até o ano 2000. Era 1984, a Guerra Fria era realidade e eu pensava, triste, que morreria antes dos 30.

Esse tempo passou, o mundo mudou e esse assunto não me ocorreu mais. Até uns dias atrás, quando li "Belas maldições", o péssimo nome em português de "Good Omens", de Neil Gaiman e Terry Pratchett.

O livro é muito engraçado, com tiradas impagáveis que apenas dois ingleses pensando juntos pode produzir. Como sempre que se trata de Mr. G., as referências também são precisas. Tive que ir à fonte, o Apocalipse de João, ler a passagem dos Cavaleiros.

Minha impressão: não tem Cavaleiros cavalgando pelos céus, não considero que "o fim está próximo", mas...

Menos pirotecnia, mesmo resultado.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

À tarde

Sexta-feira, 17h15. Daqui a pouco coloco a música da sexta (Vertigo - U2), o sinal para que o fim-de-semana comece no escritório.

Mas agora olho um lindo céu de outono, ouço as buzinas da rua tão altas aqui no alto (estou no 15º andar), toca "For your babies", uma música que me parece bem outonal.

Esse ano o outono chegou no seu tempo na minha cidade. Manhãs e tardes friazinhas, dias de céu glorioso e as noites... ah, aquelas noites de outono e inverno, escuras, me lembrando sempre San Juan de La Cruz.

Depois de algum tempo comecei a me dar conta dessas mudanças nas estações: a luz dos dias, a cor do céu...

Feliz assim.

Ainda ela

E aí o maravilhoso Contardo falou sobre a Susan. Dá pra ler aqui: http://contardocalligaris.blogspot.com/2009/04/i-love-susan-boyle.html

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Susan Boyle

Li sobre essa mulher no jornal, fui lá no YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=j15caPf1FRk) conferir e fiquei emocionada.

OK, ela é feia. Mas, isso não é critério pra nada na minha vida: "não inflói nem diminói" no meu julgamento. OK, a voz dela é uma beleza. Mas, tem bastante gente com voz bonita no mundo.

O que me comoveu mesmo foi o "conjunto da obra": aquela mulher feia, cantando aquela específica música na frente de platéia e jurados hostis. Aquela música, que fala sobre a vida que se sobrepõe aos sonhos. E ela lá, reafirmando o seu sonho.

Não foi à toa que um dos jurados - o de sensibilidade mais acurada, na minha opinião - disse "você é um tigre, não, Susan?"

Foi essa coragem que me comoveu.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mais tarde...

Li a coluna do Contardo no mesmo jornal e ele comenta essa mesma novidade. Vale a pena ler.

Provavelmente amanhã já deve estar disponível em http://contardocalligaris.blogspot.com/

Para não esquecer

A notícia está na coluna da neurocientista Suzana Herculano-Houzel na Folha Equilíbrio de hoje:

"O neurocientista Yadin Dudai, do Instituto Weiszmann, em Israel, descobriu o que muitos considerariam uma possibilidade de tratamento miraculoso: uma substância capaz de apagar memórias, mesmo as antigas e que em teoria já estariam 'consolidadas' no cérebro.

A droga chama-se ZIP e bloqueia uma enzima implicada nas mudanças celulares que possibilitam a formação de memórias. Aplique ZIP no córtex de um rato e suas memórias antigas parecem sumir instantaneamente - como um disco rígido reformatado.

Há empecilhos práticos a serem considerados, claro. Os efeitos 'removedores' da droga parecem ser vastos, e ainda não se sabe quantas memórias se perdem além daquela que foi testada. "

Foi curioso saber disso exatamente hoje, quando por volta das 08h lembrei de algumas das situações mais tristes dos meus últimos anos.

Fico pensando: que espécie de pessoa seríamos se apagássemos as lembranças tristes? Eu me lembro de uma cena em que Frankenstein (Robert de Niro) se queixa ao Dr. Viktor dizendo que tem dores, preferências e aptidões cuja origem desconhece e que isso o deixa sem história.

Eu prefiro minha história TODA.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"Ele não está tão a fim de você"


O filme do feriado passado. Não gostei.

Até dá pra rir e algumas cenas no início lembram o sarcasmo do livro, mas, os bons sinais duram pouco: logo a história descamba para a comédia romântica. Adoro comédia romântica. Ficções felizes fazem parte do meu repertório.

O ponto é que esse filme vai na contramão do livro: reforça todas as bobagens a que nos apegamos para não enxergar que ele simplesmente não está a fim da gente! Hunft!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Aleluia!

Então os céus se abriram, os anjos entoaram "aleluias" e eu entreguei minha dissertação na Universidade!!!!!!!!!

Campus novo, tudo reluzindo, asséptico, sem árvores... Eu gostava tanto, tanto de ver a florada dos flamboyants nos momentos devaneantes das aulas.

Agora a banca, em 12/05. Freeeedom!!!!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Orgulho, preconceito e suspiros

Então falei de "Orgulho e Preconceito" e fiquei com faniquitos de ver a versão da BBC, com Colin Firth interpretando Mr. Darcy.

Caça, caça, caça e acho no YouTube as duas versões de minhas cenas favoritas. A dança entre Darcy e Elizabeth e o momento em que ele declara seu amor: 1995, para BBC, e 2005 com Matthew MacFadyen para cinema.

Tenho que admitir, apesar de gostar muito de Colin Firth: a versão de 2005 é melhor. Assisto e suspiro, nas mesmas cenas, de novo, de novo e de novo.

Maldita Jane!

Persuasão e uma casa no lago

Li "Persuasão" há umas duas semanas. Gostei, apesar de meu preferido ainda ser "Orgulho e Preconceito". É o último Jane Austen da minha lista. Pra ler a obra completa, tenho que enfrentar Northanger Abbey em inglês. Vai demorar...

Bom, aí tive que assistir "A casa do lago". Explicando: "Persuasão" é o romance favorito da personagem de Sandra Bulock.

Vi esse filme no cinema e umas duas vezes em DVD. Nem gosto tanto, mas, como todo enredo que cita paradoxos no tempo, esse me intriga. Fico tentando encontrar alguma verossimilhança na história...

Conclusão: domingo à tarde não é um bom horário pra esse tipo de filme. Não com aquela casa, aquele cão, aquele homem interessante e interessado.

Maldita Jane Austen!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mudar ou Morrer

Último arco de Sandman, "Despertar", onde se assiste ao funeral de Morpheus.

Sempre me perguntei qual seria minha escolha se estivesse no lugar de Galileu: negar o que descobri ou continuar vivendo. Por muito tempo, pensava que seria melhor morrer.


Nos últimos anos minha percepção mudou: a Terra não deixou de se mover porque Galileu salvou a própria vida e o tempo se encarregou de mostrar quem estava certo.

Mas, quanto é possível mudar sem morrer?

Isso me lembra essa história aí do outro lado: " O Mercador de Veneza", com Al Pacino no papel de Shylock.

As primeiras críticas ao filme davam conta dos protestos da comunidade judaica sobre o tratamento dado a Shylock. Bem, a história é como é, desde que Shakespeare - um cristão - a escreveu. Na minha opinião, nada a fazer a respeito. E eu, quando vi essa versão, fiquei comovidíssima com Shylock.

Para quem não sabe, perdendo a batalha jurídica contra Bassanio e Antônio, Shylock deve escolher entre a vida e sua fé, o judaismo. Ele escolhe batizar-se e continuar vivendo.

A cena final de Shylock, à porta da Sinagoga, excluído voluntariamente daquilo em que acredita é, pra mim, das mais tristes do filme. Porque, nesse caso, me parece que não há vida possível. Não quando negamos aquilo que somos.

Ser judeu era parte daquilo que definia Shylock. Morpheus é sua crença sobre responsabilidades. Pessoalmente? Estou com Mr. Sandman: eu morreria.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Reverendo Bono Vox

Sexta-feira, 17h40, quando os programas começam a travar e sua impressora coloca o lado criativo DELA para funcionar, só ele é capaz de promover um desencapetamento total!

VERTIGO!!!!!!!!!!!

O Circo

Toda empresa séria no mundo contemporâneo já se deparou com essa decisão importante: manda cercar ou manda cobrir? Se cercar, vira hospício e cobra pra sair. Se cobrir, assume que é circo e o ingresso é pra entrar.

Aqui no escritório já resolvemos esse intrigante dilema do mundo corporativo: aproveitando os talentos individuais de nossa equipe e a localização geográfica privilegiada, a gente cobriu.

Atrações: Sofia, a palhacinha. Cláudio, nosso mágico. Mariano, o homem-bomba (e chefe) e essa que vos fala, a atiradora de facas. Estamos trabalhando na contratação do doido do quarteirão para equilibrista e homem-que-cospe-fogo.

Local: a cobertura onde, há alguns anos, se podia comprar de tudo, até amor sincero (thanks, Xico!).

Espetáculos de segunda a sexta, das 08h30 às 17h30 com intervalo para almoço.

terça-feira, 31 de março de 2009

A medida da humanidade

Esse é o meu chefe. E, fofoqueiros de plantão, podem ficar tranquilos: eu já disse isso para ele.

Cena:

Ele: Não consigo entender porque existe grafite diferente de 2B. Esse é o único bom. (observação: 2B é o grafite que ele gosta).

Eu: Nem eu. Afinal, você é a medida da humanidade. Antes de você, o caos. Depois, a destruição.

Ele: risos. risos. risos. Você devia escrever um livro com essas coisas...

Por isso que, quando me candidatei a atiradora de facas no nosso circo, ninguém no escritório questionou.

Feira

Toda terça eu chego um pouco mais tarde no escritório: no caminho acontece uma feira de cerca de 05 quarteirões e eu ADORO feira.

Adoro ver todas aquelas pessoas - a maioria com mais de 60 anos - puxando seus carrinhos coloridos, conversando, barganhando.

A cor e o cheiro das coisas, aquelas barracas de miudezas - botões, torneiras, reduções, tampas, desentupidor pra fogão a gás. As barracas de roupas - calcinhas e cuecas cuidadosamente empilhados. Qual o critério para organização, além do óbvio: homens e mulheres , adultos e crianças?

A barraca de salgados, concorrida às 07h, sempre me espanta um tanto. Como é que alguém consegue comer fritura a essa hora, Jesus?

Aaaaaahhhhhh, e eu adoro os cantores de feira, às vezes cegos, às vezes não. Nessa minha feira da terça tem um que mede cerca de 1,80m, negro, usa um chapéu e canta enquanto caminha, tocando seu violão. É uma visão e tanto.

Toda semana passo por lá. Umas coisas mudam, outras não. Mas eu continuo achando tudo maravilhosamente interessante.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Tika


"Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro." Essa eu não sei de quem é.

"Felicidade é um cão quentinho". Lucy (Snoopy).

Isso posto, Tika era amor e felicidade. ;-)

Heróis

Fotos muito legais de imigrantes vestidos como super-heróis:

http://dulcepinzon.com/superheroes.htm

Dica de Mr. G.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Um clássico

A aguardente Corote é um clássico entre os moradores de rua aqui em Ribeirão.

Preço médio de R$ 2,00 (isso mesmo DOIS reais), 500 ml, fabricada pela Missiato, de Santa Rita do Passa Quatro. Encara?

Mas, macho mesmo é o nosso louco de vizinhança: o cara mistura a Corote com pimenta - pi-men-ta - e BEBE!

No momento estamos negociando sua contratação para nosso circo, no papel de equilibrista. Novas notícias em breve.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Falando em vista do escritório, tem um vídeo de Patrick Hughes (http://www.patrickhughes.com.au/shorts/) muito simpático. Não consegui abrir na página dele, então, se você também não conseguir, digite "schweppes signs" no you tube e abra o vídeo de 12 minutos. Uma graça!
E ontem reli a morte e funeral de Lord Morpheus.

Mas, disso eu falo outro dia.

Sentada no escritório, tenho essa vista.

Na maior parte dos dias o céu está assim, azul deslumbrante. Eu olho e penso que tenho que enfrentar o calor medonho do meio-dia pra ir almoçar. Como hoje, sem nenhuma vontade de comer.
Mas tem dias em que está cinzento, nublado ou chuvoso. Posso ver as nuvens baixas e escuras. Então fico sombriamente feliz, faço um café, olho pela janela e me dou conta - mais uma vez - de que gosto muito mais desses dias. Muito mais.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Esperando o jornal de amanhã.

Sensação de que o dia já acabou - às 14h, querendo casa, cama, horas de sono e é amanhã, novo jornal, novas notícias.

Abismal

Tem dias em que acordo assim, de tristeza abismal: funda e escura.

Não adianta dia ensolarado, céu lindo dessa cidade em que vivo, cenas engraçadas a caminho do trabalho, crianças ou velhos sempre tão interessantes.

As leituras de ontem? Vou me aproximando do momento em que Mr. Sandman se deixa morrer em "Entes Queridos" e a história dele me entristece sempre e muito.

Pode ser. Essa coisa de sonho, Sonho, é um mistério pra mim.

terça-feira, 24 de março de 2009

Coraline

Ontem li Coraline, de Mr. G, assim de uma sentada, depois de chegar do trabalho. (Thanks, Clayton!)

Apesar de assistir muitos desenhos, não leio ficção infanto-juvenil há muito tempo. Ou não? Li todo o Harry Potter, as Crônicas de Nárnia e Fronteiras do Universo... mas, não considero esses livros essencialmente "infanto-juvenis". Me parecem histórias. E só.

Coraline soou mais um livro para crianças mesmo, bom pra ler antes de dormir, aproveitando a expectativa que isso provoca.

Pra mim? Achei bom. Gostei da história, das ilustrações, pude constatar que o filme foi mesmo uma ótima "adaptação".

Mas, não sei se vai pra minha biblioteca.

Aparências

E por que não sou eu ali na imagem de exibição?

Se você consultar minhas sobrinhas ou minha orientadora, por exemplo, elas vão concordar que essa postura contrariada, contrária, do contra, teimosa, sou eu muito mais do que um retrato próprio.

Uma foto fica velha a cada instante: meus cabelos estão a cada dia mais brancos, em breve talvez ganhem novas cores (ainda não consegui me acostumar com a idéia), a ruga entre as sobrancelhas se acentua, rio à toa...

Mas essa contradição entre eu e o mundo não deve passar nunca.

segunda-feira, 23 de março de 2009



Troque "memórias" por "dissertação" e você terá, mais ou menos, o quadro das minhas últimas semanas.

Não, eu não tive dificuldades para escrever as 80 e poucas (pouquíssimas) páginas da dissertação. O problema é o inferno astral para conseguir encadernar a fulana e marcar a banca. Porque, obviamente, quando você precisa de um serviço, a universidade está mudando de campus e aí... as coisas não funcionam no tempo previsto!!!!!!!!!!!!!!

Bem, quando eu mudar de casa, posso deixar de trabalhar e pagar contas, não? Vou usar o caso da Universidade como precedente.

sábado, 21 de março de 2009

Dívida

Tem coisas que eu leio que me dão vontade de pegar o autor, beijá-lo calorosamente e dizer "puxa, você pegou o ponto!".

Claro que alguns autores me intimidam um tanto. O Gaiman, por exemplo, apesar de simpaticíssimo, me deixou completamente estupificada. Com o Contardo a coisa funcionou melhor, apesar de eu não ter chegado à ousadia dos beijos.

Bem, na minha cabeça torta, vai se constituindo um saldo em favor dos ditos autores. Ora, aconteceu de novo e a pobre vítima foi o Xico Sá, no caderno de esportes da Folha. Adorei "A beleza da firula inútil", de ontem. E já tinha adorado "A volta triunfal do corvo", com as honrosas citações à minha cidade e a Mr. Edgar.

O complicado com o Xico é que eu gosto de vários textos dele, que fui lendo no correr dos anos (!!!!). Descobri a coluna esportiva há poucas semanas, mas, acompanho o blog (http://carapuceiro.zip.net/), já vi umas coisas em revistas...

Enfim, ando devendo muito por aí.

quarta-feira, 18 de março de 2009

mono no aware


Esse foi o livro da semana passada, emprestado pela Adriana. Não achei um graaaaaande livro, mas, simpatizei. Pode ser porque fala de assuntos que andam fazendo parte dos meus dias nos últimos tempos: sincronicidade, física quântica, a tristeza das coisas.

Comentei isso com um amigo há um tempo atrás: a dor que a vida nos causa, sem nenhum evento especial. Como se uma sensibilidade especial nos fizesse doer. Descobri nesse livro que os japoneses têm um nome pra isso: mono no aware.

:)

terça-feira, 17 de março de 2009

17 de março

Os mortos fazem aniversário. Fazem.

É involuntário mas a gente pensa "hoje, ele estaria fazendo 43 anos". Continuamos contando os anos para quem não os conta mais. Imaginamos a vida tendo seguido: o que estaria fazendo, como se relacionaria com os filhos agora adolescentes, se teria morrido de outra causa em outro momento. Se seu desajustamento a esse mundo continuaria...

E como a vida é cíclica, o jornal do dia traz a notícia de um morto por atropelamento na Rodovia Anhanguera.

segunda-feira, 16 de março de 2009

How could somebody forget in such a short time?

"...this person has no idea what it is to be a kid. How could somebody forget in such a short time? And I promised myself I wouldn't forget and I don't think I did forget." Neil Gaiman.

Um dia, no ônibus urbano, viajavam mãe e duas filhas de 07 e 05 anos aparentemente. Quase no final do trajeto, a mãe despediu-se das crianças e desceu, recomendando às meninas que seguissem "direitinho" até 08 pontos depois, onde um parente as apanharia. De fora do ônibus, a mãe acenou preocupada com o restante da viagem.

Mas eu, quando desci, só me dei conta das meninas de mãos apertadas umas nas outras e chorando em silêncio, pelo tempo que aquela viagem durasse. Ou mais.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Cineminha ontem, Woody Allen e o mais-que-tudo-de-bom Javier Bardem.

É o segundo Allen que assisto nos últimos anos e fico com aquela sensação de "querer mais". Parece que falta alguma coisa. Ficamos pensando - eu e minha comparsa de teorias - que Almodóvar tornaria a coisa bem mais interessante. Guy Ritchie, mais confusa e engraçada. Se a gente pensa que outro diretor faria melhor...

No fim, nem gostei nem desgostei, o que me parece pior que ter detestado.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Ou não...

Essa coisa de nome sempre me incomodou. Provavelmente porque o meu não é nada simples e as pessoas erram o tempo todo. Por conta disso, sempre sou cuidadosa com o alheio e, ofensa das ofensas, nos momentos de ira nem consigo dizer o nome dos meus desafetos - "fulaninha", "aquele fulano"...

Eu acho mesmo que a gente devia ter um nome provisório, dado pelos pais, que poderia ser mudado na vida adulta. Afinal, só eu posso saber como quero ser chamada. No meu caso, por ANA.

Então, Ana é meu nome verdadeiro e o outro é apenas o nome que meus pais me deram. Simples assim.