sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Vida


Esq para dir: Maria de Lourdes, Eni (em pé),
Maria José (ou Zezinha), Ruth e Helena.
 Ontem fui ver "Melancolia" no final da tarde.

Descendo as escadas, ainda meio atordoada pelo filme, vi esse grupo no térreo do Sta Úrsula.

Gosto muito de gente. Gosto da diversidade das pessoas, de imaginar suas histórias ou que vivo a vida delas. Mas, gosto especialmente de crianças e gente mais velha.

Nas crianças, gosto de ver a vida acontecendo tão rápido e de maneira tão concentrada. Tão precioso ver uma criança crescer e tive a benção de ver algumas.

Nos mais velhos, imagino a minha velhice.

Gosto de imaginar que sou a Zezinha, ali da foto, com seus cabelos cinzentos e bengala (acho mesmo que vou parecer com ela, daqui a alguns anos). Porque sei que o tempo trará outras perdas: pessoas, possibilidades, até lembranças. Mas, quanto eu terei visto!

Quando olho para elas, vejo vidas plenas, tão ricas, mostrando em cada detalhe - roupas, colares, rugas, óculos, bengalas, maquiagens - a diversidade de suas experiências.

Em pé, de preto, a Cida.

Para o meu amor às pessoas, é um espetáculo. E eu quero ser velha, viver muitos anos, acumular essas marcas.

Mesmo que o tempo, que constrói as histórias, me leve as memórias.
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Faltou nas fotos a Lila: não quis aparecer porque não estava maquiada para a ocasião. São ou não são umas divas?

Muito grata pela oportunidade, garotas!
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"Melancolia". NOSSA.

Essa foi a minha reação quando sai do cinema.

Não consigo dizer exatamente o que me pegou nesse filme porque não consigo "racionalizar" a minha impressão. Quando acabou, foi como se uma última peça fosse colocada e todo o conjunto ganhasse outro sentido.

Sentido como sensação e não como racionalização. Não consigo "pensar" sobre ele. Só "sentir" o impacto.

Quem sabe daqui a uns dias elaboro melhor...
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Esse findis tem cirurgia de catarata do meu pai e missa de 7º dia do Lucas, o filhinho do meu amigo que estava com leucemia.

Comecei a pensar que "Melancolia" me ajuda a entender essas perdas: não é verdade. "Melancolia" me faz sentir que não há nada a entender: "só" há/a viver.

Lembra alguém?

2 comentários:

Dri disse...

Sobre o filme, numa das minhas aulas com o Dr. ele tinha me falado sobre ele... É sempre interessante ouvir a opinião de um psiquiatra sobre esses filmes, como esse e Cisne Negro. Eles vêem a coisa de um jeito diferente.
Sobre as senhoras... verdadeiras estrelas, hein? hehehehe

cidissima disse...

Quanta elegância! A cena mais parecia a reunião do G6. Seis garotas travestidas pela experiência.
O dever foi cumprido. Criaram seus filhos, assessoraram os maridos, dirigiram seus lares.
No auge das primaveras floridas, desabrocham como orquídeas lilases.
Elas têm a concordância da diplomacia. A seriedade postulada de uma geração impecável. A alegria encantada pela sobrevivência.

Abraços de Cida