quinta-feira, 16 de abril de 2009

Para não esquecer

A notícia está na coluna da neurocientista Suzana Herculano-Houzel na Folha Equilíbrio de hoje:

"O neurocientista Yadin Dudai, do Instituto Weiszmann, em Israel, descobriu o que muitos considerariam uma possibilidade de tratamento miraculoso: uma substância capaz de apagar memórias, mesmo as antigas e que em teoria já estariam 'consolidadas' no cérebro.

A droga chama-se ZIP e bloqueia uma enzima implicada nas mudanças celulares que possibilitam a formação de memórias. Aplique ZIP no córtex de um rato e suas memórias antigas parecem sumir instantaneamente - como um disco rígido reformatado.

Há empecilhos práticos a serem considerados, claro. Os efeitos 'removedores' da droga parecem ser vastos, e ainda não se sabe quantas memórias se perdem além daquela que foi testada. "

Foi curioso saber disso exatamente hoje, quando por volta das 08h lembrei de algumas das situações mais tristes dos meus últimos anos.

Fico pensando: que espécie de pessoa seríamos se apagássemos as lembranças tristes? Eu me lembro de uma cena em que Frankenstein (Robert de Niro) se queixa ao Dr. Viktor dizendo que tem dores, preferências e aptidões cuja origem desconhece e que isso o deixa sem história.

Eu prefiro minha história TODA.

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