quinta-feira, 2 de julho de 2009

Soldado Ryan

Assisti "O resgate do Soldado Ryan" no fim-de-semana, na esteira do "Band of Brothers". E não gostei.

Não costumo "seguir o script" de nada, então, ao contrário da maioria, só gostei do início do filme, das cenas do desembarque na Normandia. Aquelas mesmas, de sangue, suor e lágrimas.

Depois, quando começou propriamente o resgate do Ryan, meus neurônios ficavam insistindo em pensar que aquela história era muito inverossímel. As tropas aliadas na Europa tinham mecanismos de comunicação com seus comandos nos EUA. Por que, meu Deus, por que mandar um grupo de soldados pra fazer esse serviço? Para existir o filme, é a resposta.

Não consegui aceitar esse argumento porque não achei que a história contada valeu a pena. Que argumento piegas é esse de "faça ter valido a pena"? Como é que o Ryan conseguiu viver com isso? Se ajoelhando no cemitério, 50 anos depois, e tentando corresponder ao sacrifício daqueles homens???? Individualmente não consigo aceitar. Não aceito sacrifícios pela minha vida: o preço é alto demais.

E depois fiquei pensando que a guerra não avalia qual vida vale a pena e qual não vale. Nenhum dos lados faz esse juízo. O inimigo não é considerado de maneira individual, mas, na qualidade de representante de ideias que se pretende vencer.

Pra mim, num sentido religioso, filosófico e jurídico, toda vida vale a pena. Toda inclui até a vida do meu inimigo, daquele que me feriu. Não importa o destino ou as escolhas que o indivíduo faça. Toda vida, porque existe, tem o direito de cumprir-se. Se não for assim, se a regra comportar exceções, então qualquer vida pode ser questionada.

Essa é a beleza que vejo nos Direitos Humanos: ou são pra todos ou não protegem a ninguém.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Pra mim, num sentido religioso, filosófico e jurídico, toda vida vale a pena. Toda inclui até a vida do meu inimigo, daquele que me feriu. Não importa o destino ou as escolhas que o indivíduo faça. Toda vida, porque existe, tem o direito de cumprir-se. Se não for assim, se a regra comportar exceções, então qualquer vida pode ser questionada."

* Antes de comentar, friso que estou num micro com problemas na acentuaçao, logo... desculpe.

* Querida amiga Ana, adorei sua postagem. Estou de acordo com voce. Mandar soldados para o local so para depois fazer um filme... Parece brincadeira , porem enchergamos que a maior importancia foi essa mesmo. O que mais gostei foi esse trecho que frisei no inicio. E genial o trecho e a cabeça da falsa Aninha que o elaborou. Parabens. Beijos. Manoel.