quinta-feira, 25 de junho de 2009

Franz Kafka

Alguns autores me intimidam. Não. O que dizem sobre alguns autores me intimida. Fico achando que são herméticos demais e não vou conseguir acompanhar. Afinal, aqueles luminares da literatura gastam páginas e páginas tratando do quão inacessível o autor é...

Isso acontecia com o Kafka. Ao mesmo tempo, tinha muita curiosidade: tenho uma queda por artistas perturbados.

Mais ou menos aos 17 anos, li "Um artista da fome" e gostei muito. Fiquei impressionada com aquela história, mas, não consegui entender o que tinha me pegado. Senti que algo me escapava. Fui relendo o conto no correr nos anos, e essa sensação só se esclareceu recentemente.

Depois, um amigo me falou de "Na galeria", um texto muito curto (acho que dois parágrafos), mas, tão profundamente intenso que me parece uma vertigem.

Há uns dois anos, criei coragem e enfrentei "O processo". Foi difícil, em parte porque o texto não foi consolidado por Kafka. Em parte porque é tão absurdo que incomoda. Na época, conversando com um conhecido, ele comentou que não aguentou ler "O processo". Seu desconforto foi tão grande que abandonou a leitura. Gostei muito, de novo.

E essa semana, peguei "A metamorfose", uma das histórias mais tristes que já li. Tão preciso e incisivo.

Vou ficando, assim, leitora de Kafka, o autor hermético.

2 comentários:

Hadrienoir disse...

Das coisas que tenho saudade de nossa convivência é a sua capacidade de descrever livros e narrar histórias. Você é capaz de transportar o ouvinte a um mundo só seu, onde ele se fascina com aquilo que não conhece, ou se surpreende com a sua visão daquilo que ele já conhecia. Quanto a autores herméticos, ainda me debruço sobre Nietzsche...gosto de sua louca sabedoria. Beijo.

Anônimo disse...

Falsa Ana, eu sou o real (acho) Manoel. Achei você no Blog da amiga Vãnessa e fiquei curioso. Resultado: Se bobear passo a noite aquí lendo e vendo suas postagens. Essa postagem sua é maravilhosa. Sua narração dá vida às suas palavras. Eu adoro ler. Minha mãe passou isso para mim. Posso dizer que quase nascí com um livro na mão (rs).
Seu blog eu não vou seguir. Vou perseguir. Vai ser muito prazeiroso curtir seus escritos. Beijos. Manoel.