Porque tentar fugir é um esforço de negar e até, se o caso é grave, desqualificar o outro. Mas, cada negativa reforça os interesses e desqualificar é só menosprezar o que nos cativa.
Então ficamos assim, queixosos ou emburrados, depende do caso.
De qualquer modo, menos felizes.
**************************************************
Ontem uma amiga, bem intencionada - e não vamos falar sobre as estradas que conduzem ao Inferno, defendeu a moderação nos assuntos do coração. Pregou cautela, cuidado, bom senso.
Enquanto falávamos, eu pensava se isso é possível. Se, quando nos enredamos, dá pra se preservar. Em inglês se diz "fall in love" e pensei se dá pra "cair" devagar.
Sei não... Acho que dá pra se preservar das relações tóxicas, insanas. Mas, para o encantamento primeiro que nos pega no contrapé, acho que não tem prevenção.
Ou, se tem - pensei na sequência - vale a pena?
O argumento dela: ir devagar para, em caso de decepção, não sofrer muito.
Teve um tempo em que, se eu descobrisse a forma de evitar o sofrimento (de qualquer origem), pagaria o preço. Mas, hoje, depois de tantas perdas e dores, eu aceito a vida inteira - a parte boa e a ruim. Inteira. E intensa.
Acho que eu prefiro mesmo "cair". Porque às vezes, quando cai, você voa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário