segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Tolerância. Ou passividade?

"Meu desejo de harmonia e tranquilidade é tal que fico anos aturando coisas que não me agradam até que por fim começo a ficar ressentida - quando seria muito melhor dizer não, ou brigar, desde o início." Elizabeth Bishop em 03 de outubro de 1966.

Isso é a minha cara. Só acho que não fico ressentida - indiferente, talvez?

Há dias uma situação me incomoda e fico relevando, ponderando todos os lados, "aturando". Até que na quarta, descendo a escada da escola de inglês, me dei conta que não precisava ser assim: eu podia mudar. Nesse caso, de turma.

Foi sofrido - eu acho que tenho que gostar de todo mundo - mas, feito! Aulas aos sábados de manhã. :)

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Como o assunto estava em pauta, teve até momento "pé na porta" com o terapeuta. E ele fez a pergunta: "o que você vivia antes era tolerância? ou era passividade?".

Ricardo tem valido cada centavo.

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Por fim, ontem, lendo mais algumas cartas de Bishop, chego nesse trecho que define de modo certeiro como eu "funciono". Ela estava falando sobre os últimos anos de seu relacionamento com Lota de Macêdo Soares, um tempo que nas cartas é tão evidentemente triste.

E agora, escrevendo isso, lembrei de uma crônica de Contardo Calligaris (30/06/2011):

"Mas talvez o fim de um amor seja um fenômeno tão misterioso quanto o apaixonamento. Talvez existam duas mágicas opostas, igualmente incontroláveis, uma que faz e outra que desfaz."

Tão bonito e tão preciso. 

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