Em 1938, Turing foi recrutado pelo departamento de análise criptográfica do governo. No ano seguinte, quando estourou a Segunda Guerra Mundial, ele passou a dedicar-se integralmente ao projeto, conduzido secretamente na mansão de Bletchley Park, em Buckinghamshire, perto de Londres.
Foi Turing que conseguiu decifrar o código da máquina de criptografia Enigma, que a Alemanha de Hitler usava para mandar mensagens militares cifradas durante a guerra. Graças ao sistema de decodificação que ele criou, o Reino Unido passou a interceptar as mensagens e localizar os submarinos alemães, atacando-os e revertendo o avançar da guerra. Mas seu trabalho era secreto, e os feitos de Turing passaram sem aclamação na época.
"Alan Turing foi o maior cientista da computação já nascido no Reino Unido. Ele era também gay", diz o texto da petição enviada ao premiê Gordon Brown que exige que o governo britânico reabilite a memória de Turing e se desculpe por tê-lo submetido a um tratamento hormonal que acabou por levá-lo ao suicídio. A petição já computa quase 4.000 assinaturas em duas semanas, ficará aberta para assinaturas no site do governo até janeiro de 2010, porém, apenas cidadãos britânicos podem assinar.
Em 1952, quando o matemático foi preso, ser homossexual era crime. A alternativa à prisão era a castração química -e Turing aceitou receber injeções de estrógeno para neutralizar sua libido. Mas as aplicações do hormônio sexual feminino deformaram-lhe o corpo e desequilibraram seu organismo.
Publicamente humilhado, o matemático perdeu o acesso de segurança aos laboratórios onde trabalhava porque, sob a mentalidade da Guerra Fria corrente, homossexuais eram alvo fácil de chantagem - logo, uma brecha na segurança. Dois anos depois, Turing morreria ao comer uma maçã envenenada, no que foi declarado suicídio.